terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Até sempre 2014 – olá 2015




Mais um ano chega ao fim e dou por mim a pensar, a fazer o balanço…
Na azáfama do dia-a-dia, mal pensamos no que nos acontece, mal refletimos sobre a nossa vida, as alterações, os momentos, as atitudes, em suma, mal pensamos na vida!

Porque não fazê-lo no final do ano….

No ano passado, por esta altura, tinha um desejo que se sobrepunha a todos os outros: ter trabalho – esse concretizou-se.
O ano de 2014 chega ao fim e, na hora de fazer o balanço, tenho de admitir que só me trouxe coisas boas.
Embora, muitas vezes reclame contra Ele, quando paro e penso, percebo que Ele esteve lá sempre, nos piores e nos melhores momentos.
Por isso, agora que 2014 termina, tenho de dizer que este foi um ano bom, com um trabalho novo, os amigos de sempre, outros novos, novas experiências que se conjugam na perfeição com as antigas.
Enfim, venha 2015 e que, se não for melhor, seja, pelo menos, igual a 2014!

O meu desejo para o próximo ano?!

Simples e barato: ser feliz e que a minha família e amigos também o sejam!



terça-feira, 23 de dezembro de 2014

O meu natal – o nosso natal


(foto: Manuel Meira)

Recupero o texto que escrevi, por esta altura, o ano passado (vai ser um natal igual).


A casa da tia Quina enche-se de gente no dia 24 para festejar o Natal. A família é grande (são só 13 irmãos, juntando mais sobrinhos, filhos dos sobrinhos, primos, enfim…). A cada ano que passa, a felicidade de nos juntarmos é grande. A casa enche-se de sorrisos, gargalhadas e muitas recordações.
O patriarca, esse, fica ali a olhar, já sem entender muitas das conversas, mas alegre por juntar os filhos e os netos. Os donos da casa não param, felizes por juntarem a família e porque a casa se enche de vida (confesso que, sem estes dois, a família seria certamente bem mais pobre).
À volta das panelas, a tia Quina lá vai trabalhando e dizendo as suas piadas, o tio Mário trata da bebida para que na hora do jantar nada falhe. As tias ajudam no resto das coisas e a lareira aquece ainda mais o ambiente, já ele bem quente de amor e alegria.
À hora de jantar, todos se sentam e as batatas e o bacalhau vão para a mesa. Enquanto se come e bebe, as histórias surgem a cada instante. Fala-se de tudo e de nada - conversas só interrompidas pelo tio Mário, com um “encha o copo”.
Depois das sobremesas é hora de jogar o loto, ou como se diz na família, o quino. Mas faltam os que não jantaram connosco - são mais tios e primos. Ficamos à espera e quando estes chegam, lá se começa a jogatana.
O chefe da casa começa a “cantar” as pedras e, quando a voz começa a falhar, enche o copo, o dele e dos restantes. Assim se fazem horas até à chegada do pai natal. 
Do outro lado da casa, ouve-se “ohohohohoh”. Abre-se a porta, e lá aparece o homem de barba branquinha, roupa vermelha e os óculos de sol, para que não seja reconhecido. As sacas com as prendas começam a ser abertas, cada uma com o nome da pessoa a quem se destina e inicia-se assim, uma hora de entrega e abertura de presentes.
A noite já vai longa, mas a conversa, as brincadeiras, as risadas e as piadas continuam, com o lume a fazer companhia e a família unida.
A noite termina já quando o sono nos domina e é hora de vestir os casacos e ir para casa, para regressar amanhã, na hora de almoço, para mais do mesmo!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

A Família Gomes





A história começou talvez há 70 anos atrás, mais ano, menos ano. Dois adolescentes conheceram-se e decidiram constituir família. Do primeiro ao 14º filho, foram precisos vinte e pouco anos.
A família foi aumentando, as dificuldades também, mas onde todos ajudavam, nada faltava.
Não conheço verdadeiramente a história, mas vou ouvindo aqui e ali, as coisas que eles, os que nasceram do amor daqueles dois adolescentes, vão contando.
“Uma sardinha para três…. Uma roupa que tinha de ser partilhada entre todos, a cama onde dormiam três ou quatro…” – entre tantas e tantas peripécias que nos fazem pensar a nós que somos a segunda e terceira geração.
As coisas nunca abundaram, mas, segundo eles, também nunca faltaram. Hoje desse amor, que durou talvez perto de 30 ano, resta ele (o adolescente alto e espadaúdo, com um ar bem jeitoso, hoje alto, de cabelos brancos e com uma memória muito traiçoeira), e treze dos catorze frutos.
Ela foi embora mais cedo, com quarenta e poucos anos, deixando a família fisicamente, mas que nunca esqueceu – não tenho dúvidas que olha por cada um de nós. Ela foi, mas deixou uma família unida até hoje.

Para mostrar essa união, ontem foi o dia escolhido para todos se encontrarem e trocarem, mais uma vez, impressões sobre aquilo que era antigamente e como é agora.
O primogénito e a caçula a fazerem as honras da casa, neste caso do restaurante. Os mais novos a brincar e a fazer barulho…. Foi um encontro diferente, onde toda a família, ou quase toda, se encontrou e festejou.


A todos um feliz natal e um ótimo ano novo.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Qual o melhor presente no sapatinho




Qual o melhor presente que deveríamos ter no sapatinho na noite de Natal?
Esta é uma questão que nos faz pensar, mas, na prática não deveria fazer.
O Natal está aí à porta e parece que ainda foi ontem. O tempo passa depressa demais, sem nos darmos conta das horas, dos dias, dos meses e do ano, ou então serei eu que estou cada vez mais acelerada e nem dou por ele a passar.
As ruas enchem-se de cor e luz, o pai natal aparece em qualquer esquina, o espirito de solidariedade e entreajuda aumenta nesta quadra e sejam católicos, ou de qualquer outra crença religiosa, todos aproveitam a quadra para estarem com quem mais amam. Pode dizer-se que Natal é a festa da família.
É nesta altura do ano que as pessoas se juntam à mesa, conversam, fazem o balanço do ano que está a terminar.
O Natal é, sem dúvida, pelo menos para mim, a altura mais bonita do ano. Sim, fala-se - e é verdade - do consumismo e dos gastos desmedidos, mas isso não pode desviar-nos da verdadeira festa, do verdadeiro sentido do que o Natal é, ou deveria ser.

Aproveitemos esta época do ano para darmos as mãos, para sermos solidários e, acima de tudo, para amar, amar incondicionalmente, amar sem medida porque o amor é o maior presente que alguém pode ter no sapatinho.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Fim de semana de descoberta e afetos por terras de reis e rainhas







"Há gente que fica na história da história da gente  e outras de quem nem o nome lembramos ouvir" – veio-me à memora esta frase que me acompanha há já algum tempo (pelo significado e beleza que tem cada palavra). Porquê hoje, porquê outra vez a citá-la?

Porque acabo de chegar de mais um fim de semana fantástico que só o foi por causa das pessoas que dele fizeram parte. O grupo das escapadinhas cresceu e quem nele entrou, integrou-se perfeitamente (não podia ser de outra forma).
O frio próprio do inverno (temperaturas negativas até) foi aquecido pela boa disposição, boa companhia e, acima de tudo, companheirismo entre todos nós.
Desde a saída à chegada tudo foi como esperado, tendo em conta a experiência de outros dias como estes.
 A escolha dos locais a visitar foi perfeita. Um fim de semana, onde cruzamos cultura, com beleza natural, à qual se acrescentou boa disposição, boa gastronomia e, claro está, bom vinho para aquecer nas noites frias de inverno, por terras de nuestros hermanos.
Lá como cá, já cheira a natal. As ruas cheias de pessoas que resistem ao frio e que, cheias de agasalhos, dão vida às ruas, transformando os locais - já deles de uma beleza extraordinária – em ainda mais belos, cheios de harmonia. As luzes a piscar, anunciam “La Navidad”, os músicos cantam, os artistas mostram os seus trabalhos, à espera que os turistas não sejam indiferentes e deixem o seu agradecimento.
Se cá fora as ruas são animadas pelas luzes, cores e enfeites de Natal, os edifícios, esses não precisam de mais nada, se não da sua imponência, beleza natural e da cor dourada que ostentam, como se de ouro fossem feitos. Lá dentro, reina a paz e o silêncio, ouve-se história e música (sacra). Os turistas (eu entre eles) apreciam a beleza dos mesmos, as características e talvez, como meu, se questionem “como é que foi possível construir tais coisas?”. A resposta é apenas uma “tanto foi que, hoje, estão à vista de todos e a sua beleza é apreciada em todo mundo”.

Se ali, naquela bela cidade, os edifícios embelezam o espaço e deixam de boca aberta os milhares que por ali passeiam, lá mais à frente, a beleza da natureza arrepia, faz pensar, sonhar e desafiar o pensamento para outra dimensão.
O frio, o cansaço e os caminhos sinuosos percorridos são superados por toda a beleza que nos aparece à frente e, quando esta experiência se aproxima do fim, já se pensa na próxima!!!


Mais uma experiência, de beleza e, acima de tudo, de afetos!!!!

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

O que é o amor?



Diz-se por aí que o amor é difícil de explicar… O amor é sei lá… é algo dificil de traduzir por palavras, mas fácil de explicar em gestos.

O amor, o amor é….vermos crescer, ajudar no desenvolvimento, estarmos lá sempre que preciso, acompanhar, perceber, aconselhar e dar na cabeça se necessário.
Se calhar descobri este amor há 21 anos, quando aquela coisa pequenina nasceu e a vi crescer como se fosse minha (e é um pouco).
Amor é perceber que nela está um pouco de mim, um pouco dos meus pais e da minha irmã, é perceber que mais um bocadinho de nós veio ao mundo para ser feliz.
Amor é, ao longo dos anos, perceber, nas atitudes e nos gestos, que ali há algo de nós, há uma resposta, uma atitude, em determinado momento, que se fosse dita ou feita por nós, seria igualzinha.
É perceber que as pessoas crescem, se desenvolvem, aprendem… é perceber que, depois de nós, é a vez desse ser amor ir em busca do seu futuro, entrar na faculdade e ser mais um motivo de orgulho para quem ama…
Amor é amar sem medida, é ficar contente com tudo e descontente por nada. É estar, acompanhar, aconselhar e acima de tudo dar sempre tudo de nós.
Aprendi o que era o amor quando nasceste e este amor foi-se consolidando com o tempo!

Parabéns Tatiana! Nunca me desiludas!

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Somos animais de hábitos



Somos animais de hábitos…mudam-me o pão de sítio, já não tomo o pequeno almoço…

O ser humano é um anima de hábitos e, muitas vezes, o que sai da rotina, passa ao lado. Todos nós estamos habituados a uma rotina diária e se algo altera, temos dificuldade em acompanhar e damos connosco a pensar, “como foi possível?”.

Somos quase máquinas, tudo o que fazemos é igual e se foge um bocadinho, já nos vemos atrapalhados para perceber e assimilar. Não, não falo do trabalho que o meu é sempre diferente, cada dia é uma incógnita. Falo sim, de coisas básicas, como o pão não estar no sítio do costume e estar à frente dos nossos olhos e, mesmo assim, não o vermos, por exemplo….

A minha rotina começa relativamente cedo e tudo está programado até à chegada ao trabalho….
 Acordar, esperar que o despertador toque (sim, acordo sempre antes do despertador), acender a luz, ligar a televisão, por a pé, tomar banho, vestir, pentear, por um pouco de cor na cara, para disfarçar as manchas causadas pelo vitiligo que teimam em querer ser protagonistas. Descer até à cozinha, tomar o pequeno-almoço, onde a saca do pão está ali, em cima da mesa, sim em cima da mesa, à espera que alguém a abra e rumar ao trabalho que se faz tarde.
Na viagem, o costume… ligar o rádio, primeiro para ouvir o “Homem que mordeu o cão”, depois notícias na TSF e, naqueles dias em que é preciso, fala-se sozinho, questiona-se e responde-se, para se ficar mais aliviado.
O dia decorre como o costume, sem se dar conta das horas passarem, uns dias mais stressantes e outros menos, mas sempre a mesma azáfama…
Hora de sair, já noite, o carro está estacionado no sitio do costume, caso não esteja, o nosso inconsciente leva-nos para lá e só depois nos apercebemos que afinal hoje o safado mudou de local…
No regresso a casa, mais um bocadinho de música (se interessar aumenta-se o volume), se o dia correu mal fala-se outra vez sozinho, para descomprimir. E porque é preciso libertar o stress, passa-se pelo ginásio para cansar o físico e espairecer o psicológico.
Chegar a casa, tomar banho, jantar e, se não se for tomar um cafezinho, cama que lá fora chove muito. Olha-se para a televisão, vai-se ao facebook e, meia-noite, hora de dormir que já é tarde.
Cinco ou seis horas a dormi e acorda-se, novamente, à espera que o despertador toque para mais uma rotina, para mais um dia.

O pior é quando nos trocam as voltas….sim o pão…esse malvado que ontem, não estava lá em cima da mesa, como de costume… fez-me ir trabalhar sem comer… e quando descubro, já à noite, ele estava ali, noutro local, mas à frente dos meus olhos… mas o hábito tramou-me.
Por mais que tentemos e digamos que não, somos, sem dúvida, animais de hábitos.



quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Contudo foi bom



Contudo foi bom… Quando olho para trás e penso no tempo que lá vai, dou comigo a dizer “contudo…contudo foi bom”. Olhar para o passado, pensar na vida, nos amigos, nas aventuras, nos dissabores, em tudo e em nada, e chegar à conclusão que “contudo, foi bom” é algo que me deixa tranquila e com vontade de continuar a ser como sou, quem sou, a fazer da minha vida o que tenho feito até agora, sem razões para mudar.
Olhando para trás, vejo que fiz amigos para a vida, conheci pessoas extraordinárias, locais maravilhosos, mas também percebi que me cruzei com pessoas que não eram assim tão interessantes, outras intragáveis, percebi que a vida nem sempre é justa, mas que nos dá o que precisamos.
Enfim… Percebi que não posso ter tudo o que quero, que não posso embirrar por tudo e por nada, que aquilo que penso e digo, muitas vezes, choca com o que os outros pensam e dizem (temos pena…).
Ao olhar para o tempo que já lá vai, percebo que a vida é aquilo que fazemos dela. Nem tudo acontece por acaso e é aí que temos de trabalhar, é aí que devemos investir, porque se queremos muito uma coisa, se trabalharmos por ela, talvez a consigamos….

Apesar de nem tudo na vida ser, como se diz por aí, “um mar de rosas”, temos de nos concentrar no que de bom ela nos dá e usar o menos bom como exemplo a não repetir. Por isso, posso dizer que “contudo… contudo sou feliz”.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Pensamentos e imaginação à flor da pele



Abro a persiana do quarto e os raios do sol que está envergonhado - fruto da época (estamos em pleno outono) . entram sem pedir licença.
Volto a deitar-me e aproveito a claridade natural daquele sol que continua envergonhado a olhar para mim e começo a pensar em tudo e em nada.
São necessários apenas cinco segundo, para o meu pensamento sair do corpo, ali deitado debaixo do édredon, e voar até onde lhe apetece, sem sequer me perguntar se pode.
O meu pensamento e a minha imaginação dão aso àquilo que querem e bem lhes apetece e eu fico ali até eles quererem. Penso em mim, na minha vida, e, de repente, imagino o que virá e de que forma.
É isto que acontece muitas vezes, em muitas manhãs, principalmente nas últimas em que a alvorada acontece bem cedo, talvez pelo meu organismo ainda não se ter habituado à mudança da hora.
É esta imaginação, são estes pensamentos que me fazem levantar para mais um dia de trabalho, sem medo e com vontade de dar o meu melhor e com a certeza de que, por mais que tentem, não vou deixar que me estraguem esse dia que vai começar.

Pelo menos tento….quando não consigo, deito-me à noite com a certeza que o dia seguinte será melhor!

sábado, 25 de outubro de 2014

Esquemas e esqueminhas para ganhar/perder dinheiro




Pirâmides financeiras, rodas, marketing em rede, empresas de investimento - é tudo a mesma coisa, só muda o nome. Como é que ainda há quem acredite que se consegue ganhar dinheiro fácil?! Se assim fosse, não estaríamos todos envolvidos numa coisa dessas, e mais, não estaríamos todos ricos?
Esquemas em pirâmide existem há pelo menos um século e não passa de um modelo comercial previsivelmente não-sustentável que depende basicamente do recrutamento progressivo de outras pessoas para o esquema, a níveis insustentáveis.
A ideia básica do golpe é que o indivíduo faz um único pagamento, mas recebe a promessa de que, de alguma forma, irá receber benefícios exponenciais de outras pessoas como recompensa.
Há uns cinco, seis anos, não se falava de outra coisa. Era toda a gente envolvida nesses meandros, a querer levar quem ainda não estava envolvido, de forma (diziam eles) discreta, sem nunca dizerem para o que era. Era para ir a um evento, tinha de se ter um dress code adequado e ter disponibilidade (não diziam é que era disponibilidade financeira). 
De dinheiro não se falava, porque esse era o trabalho feito por aqueles senhores de fato preto e bem apresentados que se encontravam naquelas salas de hotéis 5 estrelas, onde os eventos aconteciam, grande parte ao fim de semana. Eu nunca fui a nenhum, talvez porque quem me conhecia e lá estava, ou sabia que eu não tinha onde cair morta e portanto não iria investir, ou então sabia que se arriscava a uma resposta com uma explicação de que isso não era bom nem para eles, quanto mais para mim. Mas um dia fui abordada por alguém, que começou logo por me dizer que não era nada “de pirâmides, nem rodas, nem coisas dessas”, era sim “marketing em rede”. Eu curiosa como sou (e já adivinhando), questionei sobre o que era, o que se te tinha de fazer e qual era o trabalho. A pessoa que fez o convite arrependeu-se no primeiro minuto e disse “depois eu ligo-te para explicar melhor” – claro está que até hoje…
Nos últimos tempos não se tem ouvido falar nisso e pensei que tinha perdido força, mas ao que sei não é bem assim. Ontem tive a curiosidade de ver o Sexta às 9, um programa de informação da RTP, conduzido pela conterrânea Sandra Felgueiras, e percebi que esse tipo de negócios ganha contornos cada vez mais finos e mais aperfeiçoados e constitui-se, muitas vezes, como empresa. Deram o exemplo de uma sedeada em Macau, mas com escritórios em todo o mundo, onde se fazem este tipo de “esquemas”, aos quais os envolvidos chamam de “negócios”.
Ao ver o programa, a primeira coisa que me veio à cabeça foi “será que estas pessoas vivem num mundo à parte?”. Sim porque sabemos que estes esquemas, que existem há cem anos, prejudicam mais do que ajudam.
Nasci e cresci numa família de classe média (baixa), onde sempre me disseram “o trabalho é a única coisa que dá dinheiro. Se o queres trabalha, esforça-te, mostra o que vales, nem que para isso tenhas de engolir alguns sapos. Tudo o que seja dinheiro fácil pode vir depressa, mas vai a uma velocidade bem maior de que chegou. Por isso, não te iludas, trabalha se queres ser alguém”.
 Pois é o que tenho feito, quando tenho essa possibilidade e agarro todas as oportunidades como sendo únicas.

Esse tipo de dinheiro fácil nunca me iludiu, porque tudo o que vem assim sem se saber bem de onde, vai assim, da mesma forma.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Carros vs amantes



Dizem que os carros são piores que as amantes? Estou convencida disso! tendo em conta as vezes que o meu vai ao mecânico, só pode…
Cada vez mais me convenço que os carros são como as pessoas. Adoecem mais com a idade e perdem potencialidades, conforme o tempo vai passando.
Ultimamente, tenho tido uma luta acérrima com a minha viatura que está de facto a ficar velhota, mas que nunca, como agora, me tinha dado tantos problemas. É falta de água, é trabalhar diferente (às vezes chego a pensar que estou a andar de jipe), é a aquecer (lembrou-se depois de velha que é uma brasa), é o conta-quilómetros que não conta nada, ando sempre a 10KM/H (ai de ser apanhada numa operação stop e me digam que estou em excesso de velocidade. Mando logo dar uma volta e se conseguirem andar a mais de 10, pago a multa), são as luzes que se desligam, os piscas que fundem…. Vai para o mecânico com um problema, vem de lá com outro. Entra lá como uma carrinha comercial, sai a trabalhar como se de um jipe se tratasse. É…. É….o raio que a parta (desculpem-me a expressão).
Bem, é certo que deve ser da idade, mas que culpa tenho eu da idade dela? Eu sou mais velha e não dou tantos problemas…
Todos os dias é uma aventura. É entrar e pensar “o que se será desta vez?”. Bem hoje, nem foi preciso entrar, foi sair de casa e deixá-la lá à espera do mecânico para ver de que mal sofre desta vez… espero que não se resolva um e venha com outro. Não há quem aguente.
Muitos dizem que “um carro é pior que uma amante”. Não sei se será, porque esse papel nunca ocupei, mas que um carro é um problema é…
Bem, cenas dos próximos episódios aguardam-se, espero que melhores dias se aproximem daquela viatura que me acompanha há alguns anos e que gostaria (precisava mesmo) que me acompanhasse mais uns quantos. É que com isto da crise, das restrições orçamentais não dá para muito!


domingo, 5 de outubro de 2014

Devaneios de domingo à noite



Dou comigo a pensar “onde falhei? O que fiz de mal? Porque é que as coisas acontecem assim?” e não consigo encontrar uma resposta. Por mais que pense, por mais que tente encontrar explicações, elas teimam em não sair, pregam-me fintas e deixam-me ainda mais confusa, neste mar de ideias que navegam na minha cabeça.
Sou capaz de passar horas a tentar arranjar problemas, mesmo que não os tenha, para encontrar soluções. Sempre fui assim e acho que já não mudo.
Pode parecer estranho, mas a minha capacidade de criar cenários para problemas e desmontá-los é um dos meus fortes, que me desgasta, mas me dá também a capacidade de perceber que, na vida, tudo tem solução, à exceção da morte.
Por isso, cada vez mais, acredito na frase que diz “O que não nos mata, torna-nos mais fortes”.
A verdade é que, nos últimos tempos, já passei por muitas experiências diferentes que me fizeram rir, chorar, gritar e, mais que tudo, questionar. No entanto, no meio da confusão de pensamentos e sentimentos que pairam dentro do meu cérebro, entendo que o que tiver de ser será. A vida é assim, prega-nos partidas, dá-nos o que não estamos à espera (para o bem e para o mal), mas é assim mesmo.
Muitos falam de destino, outros de coincidências. Eu, sinceramente, não sei o que lhe hei de chamar, ainda não consegui perceber se essa coisa de “destino” existe ou se é apenas mais um mito criado. O que sei é que, muitas vezes, quando menos esperamos algo que não contávamos aparece na nossa vida, faz-nos mudar, faz-nos mais fortes, mais frios ou mais compreensivos – enfim, é a vida (como costumamos dizer).

Por isso, devemos aproveitar cada momento como se fosse o último, devemos aproveitar o que a vida, o destino ou as coincidências nos dá. Porque um dia, um dia pode ser tarde e pensar no passado, no que podia ter sido e não foi, já não fará sentido, já não trará nada de volta.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Acordar com os pés de fora




“Hoje acordaste com os pés de fora”. Já ouvi muitas vezes esta frase dita de mim para mim. Hoje é um desses dias. Porquê? Não sei, mas também não quero saber.
Todos os dias, nos deparamos com uma serie de “porquês”, com um vasto conjunto de questões para as quais não encontramos resposta, mas que continuamos a insistir e a perguntar, mesmo sabendo qual será o desfecho.
Nestes últimos tempos, os pontos de interrogação no meu humilde cérebro são uma constante dos quais não me consigo desligar. Pois bem, e porquê, tantos “porquês”, se sei que a resposta não chegará?!
O ser humano é um ser inconstante que vive sempre à espera de mais e mais e, mesmo quando a vida corre bem, quando não há motivos para preocupação, lá vai arranjando um “porquê” para questionar, só porque sim, porque, se calhar, a vida sem pontos de interrogação não era a mesma coisa.
Ando impaciente, inconstante, não sei nem mesmo se haverá razão, mas também no meio de tantos “porquês” não me apetece fazer esta questão a mim própria. Ando assim, porque sim, porque tem de ser, porque é do tempo, é da idade, é da conjuntura… enfim…

Acordei com os pés de fora e ponto final – fica o aviso.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Sorrir para vida antes que ela nos trame




Era uma vez…Ontem já a noite ia longa, ao abrir o facebook, deparei-me com um rosa choque em muitas das fotografias de perfil dos amigos e pensei que era mais uma daquelas campanhas que esta rede social tantas vezes tem e faz. Mas não, era em homenagem à Nonô, uma linda menina que teve o azar de ser visitada pelo bichinho mau e não resistiu.
Pois é, ouvimos diariamente falar de casos oncológicos que nos arrepiam, que nos são próximos, que nos deixam com o coração apertadinho, mas olhar para uma menina de cinco anos, ver o que sofreu, o que passou e ver a força que teve, a forma como tratou aquele malvado wills é uma lufada de ar fresco….
A menina que não fez mal a ninguém, viu-se com uma doença incurável, num espaço que não era o seu, mas, mesmo assim, não deixou de ser princesa… Com uma família feliz, Leonor era assim que se chamava a Nonô, foi invadida por um tumor bilateral nos rins, com metástases nos pulmões, e, mesmo assim, não desistiu e, mesmo assim, no meio da dor da doença, no meio dos tratamentos, dizia à família, aos irmãos, de quem era a menina dos olhos, que a dor era passageira.
Aos amiguinhos que fez no IPO, mostrou que aquele era um local onde se podia ser feliz, onde se podia rir, porque ali era o local onde lhes davam mais qualidade de vida.
Olhando para esta princesa que nunca deixou de sorrir, apenas quando vencida pela morte, é caso para pensar: o que são os nossos problemas comparados com os dela? Queixamo-nos de quê e porquê?

Mais, vou mais longe e pergunto: que mal fez este anjinho para ser apanhada por esta doença horrível? Porque é que uma criança tem de sofrer assim? Será que Deus quer isto, daqueles que tanto ama?

Estas perguntas não têm resposta, mas talvez um dia, cada um de nós venha a perceber que cada Nonô que vai aparecendo no mundo, surja para mostrar que as coisas pequenas da vida são grandes e que a vida é para ser vivida com um sorriso, sem queixas, com determinação.

Hoje pensemos em todas as Nonôs que existem por aí e demos valor ao que temos. Porque o importante é ter a “casa cheia de amigos e lábios pintados”, ou seja, o importante é aproveitar tudo de bom que a vida nos dá e não nos prendermos a coisas mesquinhas, a coisas supérfluas, sem interesse.


quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Um “Gosto-te” pode fazer a diferença num mundo de hipocrisia



Um “gosto-te” pode fazer a diferença num mundo de hipocrisia, num mundo que magoa, oprime, desilude e faz sofrer.
Um “gosto-te” pode  fazer a diferença num mundo onde os valores se perderam, onde o que é certo se confundo com o errado, onde o respeito se confundo com desrespeito e por aí fora.
Cada vez mais o mundo é o contrário daquilo que queríamos que ele fosse.
Mas será correto dizer que o mundo é tudo isto?
O mundo não será apenas o conjunto de tudo o que o compõe e não será isso que nos oprime, nos mata, nos deixa tristes e desiludidos?
Acho que, perante isto, restam poucas dúvidas. As pessoas, a sociedade, cada um de nós faz deste um mundo cada vez pior, onde se mata só porque sim, onde não há respeito, não há amor, onde se confunde o certo com o incerto, o justo com o injusto.
E será neste mundo que queremos viver?
Será que não está na hora de dizer “basta” e começar a mudar?
Sim, eu sei, se for só eu, ou tu, ou nós a mudar, não se vai sequer notar.
Sim, é verdade, mas se ninguém o fizer, se ninguém tiver a iniciativa de começar, ora então, vamos continuar neste mundo de tristeza e sofrimento.
Por isso, está na hora de dar um passo, nem que seja um pequeno passo para fazer a diferença.
Um passo que pode passar por dizer um “Gosto-te”, um “Apeteces-me” ou então, simplesmente, um “Desculpa”.

Vale a pena pensar nisso!


segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Sentir-me sem me sentir – o mau feitio que me faz pensar



Há vários dias que me sinto, como que sem me sentir. Confuso? Talvez….
É assim que me sinto por estes dias, confusa, sem vontade de rumar, porque o medo de avançar na direção errada me persegue desde sempre e - tenho cá para mim - para sempre.
Ao olhar para trás, percebo que todos os passos da minha vida são pensados ao mais ínfimo pormenor, são ponderados com imensos “ses”, com imensa cautela.
Sempre fui assim, em tudo na vida. Em coisas tão simples como mudar de penteado ou escovar os dentes, na minha cabeça surge sempre o “e se…”.

São feitios… e por falar em feitios – muitos dizem que tenho mau feitio. Pergunto eu: o que é ter mau feitio?

É dizer o que se pensa sem papas na língua? É ser sincero/a? É ser-se duro quando se tem de ser? É manifestar desagrado quando se está desagradado?

É que se é isto, eu tenho muito mau feitio mesmo, admito. Não levo desaforos para casa, não deixo de dar a minha opinião, tenho o coração à beira da língua…

Muitos dizem “esse teu mau feitio….”. Pois é, tenho mau feitio, mas sei onde vou, com quem vou e para onde quero ir. Não maltrato ninguém, tenho todos os que amo comigo, e portanto os que não estão é porque não interessam para a minha vida.

Por falar em vida….

Com o tempo, temos de aprender a lidar com as situações, aprender a fazer de conta que concordamos, tentar fechar a boca, mesmo quando ela teima em não se calar.
Já tentei, já tive lutas violentas comigo própria nesse sentido, mas se consigo calar a boca, não consigo fazer o mesmo com os olhos. Sim, os meus olhos têm vida própria. Não, não sou estrábica, mas os meus queridos olhos soltam palavras mesmo quando não quero, mesmo quando estou calada. Eles são o espelho do que sinto, o espelho do que quero dizer, mas não posso. Ou seja, os meus olhos são o meu maior denunciador. Não me deixam mentir, não me deixam ocultar nada.
Concluindo, eu não tenho mau feitio, os meus olhos é que têm e contra eles não consigo fazer nada… afinal não podemos atentar contra os doentes e os meus olhos são efetivamente doentes, (têm perto de cinco dioptrias cada um)…

Ora, conclusão:

Sentir-me sem me sentir – é o que tem acontecido no meu mundo, um mundo confuso, turbulento de sentimentos, cansado de “ses” e “porquês”, de mau feitio…mas contra o qual não posso, nem quero lutar!



quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Meu querido mês de Agosto



Agosto mês de emigrantes – mês de confusão

A cada ano que passa, o mês de Agosto é dos poucos que mantém a tradição. Por estes dias, torna-se praticamente impossível circular pelas ruas de qualquer cidade e basta olhar para as matrículas para se perceber que está ai mais um “querido mês de Agosto”.
Se para quem regressa dos países de acolhimento é uma alegria, para nós é um problema diário, sem solução. As filas intermináveis, a falta de lugares de estacionamento, a confusão nos locais de comércio, enfim, um conjunto de entraves e de condicionamentos à nossa rotina que nos põe a cabeça em água….Ai “meu querido mês de Agosto” vê la se te orientas, porque nós precisamos continuar a trabalhar, a circular nas estradas e a ter lugares de estacionamento.
Hoje andei mais de meia hora às voltas para estacionar, depois de ter estado parada numa fila de carros que não iam dar a lado nenhum, ou pelo menos parecia, quando finalmente encontrei, foi a pagar. De hora em hora, outra tarefa, ir meter mais uma moedinha, para não levar multa…

Oh "meu querido mês de Agosto", compreendo que sejas o mês dos encontros e reencontros, das férias, das viagens, do calor (este ano nem muito), das esplanadas, dos convívios, mas vai lá com calma porque assim não é fácil…

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Fazer o quê, neste mundo do “ter”?



Deito-me e acordo sempre com a sensação de que falta alguma coisa na minha vida. Mas o quê? É a pergunta que me assola diariamente.
Todos os dias, dou comigo a pensar em como era bom quando era criança e as preocupações não eram mais do que saber o que fazer com esta ou com aquela boneca. Agora tudo é diferente, vejo o mundo à minha volta a mudar, as pessoas cada vez mais frias, a sociedade cada vez mais preocupada com o “ter” e não com o “ser”.
Confesso que me faz confusão, olhar à minha volta e só ver interesses supérfluos. Às vezes, dou comigo a pensar, ou mesmo a comentar, que devo ser eu que estou errada, que devo ser eu que não me adapto aos tempos que correm. Mas se assim é, prefiro mesmo estar errada, porque enquanto houver diferenças entre o “ser” e o “ter”, eu hei de inclinar-me sempre para o “ser”: o ser eu própria, o ser amiga, confidente, verdadeira, simples…O “ter”, esse vem por acréscimo, desde que tenha o suficiente para viver, o suficiente para que o “ser” seja perfeito, é o que importa.
Por estes dias, sinto-me particularmente angustiada a olhar para este mundo que nos rodeia, para esta sociedade de guerras e conflitos sem sentido. Mortes desnecessárias, sofrimento de pessoas inocentes, verdadeiras chacinas, mas o que é isto? Será que vale a pena?
Será que vale a pena, “comermo-nos uns aos outros” só para “ter”?
Sim, é verdade que guerra gera dinheiro, mas será que vale a pena sacrificar o ser humano, em troca disso?
Basta olhar para a abertura dos telejornais no dia de ontem, quase 300 mortos em avião abatido na Ucrânia, centenas de pessoas mortas na Faixa de Gaza, mulher morta à machadada pelo companheiro…. E por aí adiante….Enfim, dou por mim a pensar "está na hora de mudar de canal".
Sim é a vontade que dá, mas depois penso: pois, ao querer fugir a estas imagens e a esta informação, não estarei a fugir também da realidade, a alhear-me do mundo. Será isto correto? Não deveremos ser nós, os que estamos ainda razoavelmente bem, a fazer alguma coisa? Mas o quê? Não sei, mas olhar com desdém e com frases feitas, como “coitados, já é normal, sempre foi assim”, não me parece que seja a decisão mais adequada.

Mas fazer o quê neste mundo do “ter”?

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Mudança boa



Já lá vão quase dois meses e parecem dois dias…. Já lá vão quase dois meses que a minha rotina mudou e - diga-se -  para melhor.
 Estou feliz, estou bem, sinto-me confortável. O tempo em que as coisas não correram bem já lá foi, agora é tempo de dar o meu melhor, é tempo de mostrar o meu valor e - qual agricultor, - cultivar para depois semear.
Cheguei a um local onde não conhecia ninguém, mas, onde fui muito bem recebida, onde me deram apoio, me ensinaram ( e ensinam), onde me ajudam sempre que faço um daqueles pedidos chatos, mas que não sei como fazer.
Sinto-me contente e realizada, num novo mundo, num mundo de notícias, mas diferente daquele a que me tinha habituado nos últimos dez anos.
Encontrei pessoas que conhecia bem, que estavam no meu coração, mas raramente as encontrava, mudei de rotinas, mudei de hábitos, mudei, simplesmente.
Olho para trás e já mal me lembro do que lá foi, agora a ordem é olhar para a frente, é dar valor ao que realmente importa, a quem importa e pensar que a vida me deu um novo rumo, um novo caminho.
Dois meses quase volvido e parece que foi ontem que cheguei, envergonhada, mas a esconder a timidez que faz parte de mim, a cumprimentar e a conhecer todos ao mesmo tempo, um bocado perdida, entre gabinetes e nomes de pessoas que me sorriam e falavam como se eu já fizesse parte, como elas, da casa.
Os primeiros dias foram de observação (aliás) são, mas já posso dizer que estou bem, me sinto bem e com vontade de trabalhar!


quinta-feira, 22 de maio de 2014

Um abraço – que bem que sabe



Quem não gosta de um abraço? Quem não gosta de se sentir envolvido por dois braços contra um corpo que não é o seu? Quem não gosta de sentir o coração do outro bater junto do seu? Quem não gosta de um entrelaçar de braços?
Um abraço é um dos atos de carinho mais bonitos e mais profundos, pelo menos, para mim.
Num abraço sentimos conforto, amizade, amor, carinho, força e muito mais.
A cada abraço que dou ou que recebo, sinto-me inteira, sinto-me bem, sinto-me feliz. Ao contrário de um beijo, o abraço dá-se quando realmente se quer e apetece. Já o beijo faz parte do tradicional cumprimento. Um abraço só sai quando as pessoas se querem bem, quando alguém quer mostrar ao outro que está com ele, seja em que circunstancia for.
No dia do abraço, dou um especial aos meus amigos. “Especial” é, diria, redundante, já que como disse, um abraço é sempre especial, porque é um ato praticado apenas quando a situação o exige, quando sentimos necessidade e desejo de o fazer.

Um abraço não se dá a qualquer um, um abraço é algo íntimo e muito bom! 

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Domingo nas Fisgas - Só faltou o garrafão




Manhã de domingo, o sol espreita lá fora e cá dentro  na cama o espreguiçar dos braços começa a sentir-se ainda por baixo dos lençóis. É domingo, mas toca a levantar que já se faz tarde para ir à aventura.
À hora marcada, o grupo estava reunido e com as malas cheias de tudo que um piquenique pede. Desde o tacho do arroz, embrulhado em jornal (lembrando os tempos idos), até às fêveras e ao grelhador, passando pelo carvão e terminando nos doces - estava tudo lá, à exceção do garrafão…
Lá fomos nós até Ermelo, uma pequena aldeia do também pequeno concelho de Mondim de Basto, mas com a maior queda de água da Península Ibérica – as Fisgas de Ermelo.
Já conhecia o local, mas, há muitos, muitos anos que não ia lá. As Fisgas, como outros lugares em Trás-os-Montes trazem-me bastantes recordações da minha infância. Ontem recordei os tempos em que saia de manhã com os meus pais e regressava à noite no R5, grenã, com a mala cheia de comida e apetrechos para passar um bom dia, debaixo de uma qualquer árvore a aproveitar a brisa e a ouvir o chilrear dos pássaros.
Foi um dia diferente, com caminhada, risadas e muito, muito cansaço, mas um cansaço tão bom.

 No regresso, já mal nos mexíamos, pedíamos licença a uma perna de cada vez para nos movermos, mas o sentimento e a vontade de repetir eram os mesmos: “valeu a pena” e “vamos regressar”.