terça-feira, 28 de outubro de 2014

Pensamentos e imaginação à flor da pele



Abro a persiana do quarto e os raios do sol que está envergonhado - fruto da época (estamos em pleno outono) . entram sem pedir licença.
Volto a deitar-me e aproveito a claridade natural daquele sol que continua envergonhado a olhar para mim e começo a pensar em tudo e em nada.
São necessários apenas cinco segundo, para o meu pensamento sair do corpo, ali deitado debaixo do édredon, e voar até onde lhe apetece, sem sequer me perguntar se pode.
O meu pensamento e a minha imaginação dão aso àquilo que querem e bem lhes apetece e eu fico ali até eles quererem. Penso em mim, na minha vida, e, de repente, imagino o que virá e de que forma.
É isto que acontece muitas vezes, em muitas manhãs, principalmente nas últimas em que a alvorada acontece bem cedo, talvez pelo meu organismo ainda não se ter habituado à mudança da hora.
É esta imaginação, são estes pensamentos que me fazem levantar para mais um dia de trabalho, sem medo e com vontade de dar o meu melhor e com a certeza de que, por mais que tentem, não vou deixar que me estraguem esse dia que vai começar.

Pelo menos tento….quando não consigo, deito-me à noite com a certeza que o dia seguinte será melhor!

sábado, 25 de outubro de 2014

Esquemas e esqueminhas para ganhar/perder dinheiro




Pirâmides financeiras, rodas, marketing em rede, empresas de investimento - é tudo a mesma coisa, só muda o nome. Como é que ainda há quem acredite que se consegue ganhar dinheiro fácil?! Se assim fosse, não estaríamos todos envolvidos numa coisa dessas, e mais, não estaríamos todos ricos?
Esquemas em pirâmide existem há pelo menos um século e não passa de um modelo comercial previsivelmente não-sustentável que depende basicamente do recrutamento progressivo de outras pessoas para o esquema, a níveis insustentáveis.
A ideia básica do golpe é que o indivíduo faz um único pagamento, mas recebe a promessa de que, de alguma forma, irá receber benefícios exponenciais de outras pessoas como recompensa.
Há uns cinco, seis anos, não se falava de outra coisa. Era toda a gente envolvida nesses meandros, a querer levar quem ainda não estava envolvido, de forma (diziam eles) discreta, sem nunca dizerem para o que era. Era para ir a um evento, tinha de se ter um dress code adequado e ter disponibilidade (não diziam é que era disponibilidade financeira). 
De dinheiro não se falava, porque esse era o trabalho feito por aqueles senhores de fato preto e bem apresentados que se encontravam naquelas salas de hotéis 5 estrelas, onde os eventos aconteciam, grande parte ao fim de semana. Eu nunca fui a nenhum, talvez porque quem me conhecia e lá estava, ou sabia que eu não tinha onde cair morta e portanto não iria investir, ou então sabia que se arriscava a uma resposta com uma explicação de que isso não era bom nem para eles, quanto mais para mim. Mas um dia fui abordada por alguém, que começou logo por me dizer que não era nada “de pirâmides, nem rodas, nem coisas dessas”, era sim “marketing em rede”. Eu curiosa como sou (e já adivinhando), questionei sobre o que era, o que se te tinha de fazer e qual era o trabalho. A pessoa que fez o convite arrependeu-se no primeiro minuto e disse “depois eu ligo-te para explicar melhor” – claro está que até hoje…
Nos últimos tempos não se tem ouvido falar nisso e pensei que tinha perdido força, mas ao que sei não é bem assim. Ontem tive a curiosidade de ver o Sexta às 9, um programa de informação da RTP, conduzido pela conterrânea Sandra Felgueiras, e percebi que esse tipo de negócios ganha contornos cada vez mais finos e mais aperfeiçoados e constitui-se, muitas vezes, como empresa. Deram o exemplo de uma sedeada em Macau, mas com escritórios em todo o mundo, onde se fazem este tipo de “esquemas”, aos quais os envolvidos chamam de “negócios”.
Ao ver o programa, a primeira coisa que me veio à cabeça foi “será que estas pessoas vivem num mundo à parte?”. Sim porque sabemos que estes esquemas, que existem há cem anos, prejudicam mais do que ajudam.
Nasci e cresci numa família de classe média (baixa), onde sempre me disseram “o trabalho é a única coisa que dá dinheiro. Se o queres trabalha, esforça-te, mostra o que vales, nem que para isso tenhas de engolir alguns sapos. Tudo o que seja dinheiro fácil pode vir depressa, mas vai a uma velocidade bem maior de que chegou. Por isso, não te iludas, trabalha se queres ser alguém”.
 Pois é o que tenho feito, quando tenho essa possibilidade e agarro todas as oportunidades como sendo únicas.

Esse tipo de dinheiro fácil nunca me iludiu, porque tudo o que vem assim sem se saber bem de onde, vai assim, da mesma forma.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Carros vs amantes



Dizem que os carros são piores que as amantes? Estou convencida disso! tendo em conta as vezes que o meu vai ao mecânico, só pode…
Cada vez mais me convenço que os carros são como as pessoas. Adoecem mais com a idade e perdem potencialidades, conforme o tempo vai passando.
Ultimamente, tenho tido uma luta acérrima com a minha viatura que está de facto a ficar velhota, mas que nunca, como agora, me tinha dado tantos problemas. É falta de água, é trabalhar diferente (às vezes chego a pensar que estou a andar de jipe), é a aquecer (lembrou-se depois de velha que é uma brasa), é o conta-quilómetros que não conta nada, ando sempre a 10KM/H (ai de ser apanhada numa operação stop e me digam que estou em excesso de velocidade. Mando logo dar uma volta e se conseguirem andar a mais de 10, pago a multa), são as luzes que se desligam, os piscas que fundem…. Vai para o mecânico com um problema, vem de lá com outro. Entra lá como uma carrinha comercial, sai a trabalhar como se de um jipe se tratasse. É…. É….o raio que a parta (desculpem-me a expressão).
Bem, é certo que deve ser da idade, mas que culpa tenho eu da idade dela? Eu sou mais velha e não dou tantos problemas…
Todos os dias é uma aventura. É entrar e pensar “o que se será desta vez?”. Bem hoje, nem foi preciso entrar, foi sair de casa e deixá-la lá à espera do mecânico para ver de que mal sofre desta vez… espero que não se resolva um e venha com outro. Não há quem aguente.
Muitos dizem que “um carro é pior que uma amante”. Não sei se será, porque esse papel nunca ocupei, mas que um carro é um problema é…
Bem, cenas dos próximos episódios aguardam-se, espero que melhores dias se aproximem daquela viatura que me acompanha há alguns anos e que gostaria (precisava mesmo) que me acompanhasse mais uns quantos. É que com isto da crise, das restrições orçamentais não dá para muito!


domingo, 5 de outubro de 2014

Devaneios de domingo à noite



Dou comigo a pensar “onde falhei? O que fiz de mal? Porque é que as coisas acontecem assim?” e não consigo encontrar uma resposta. Por mais que pense, por mais que tente encontrar explicações, elas teimam em não sair, pregam-me fintas e deixam-me ainda mais confusa, neste mar de ideias que navegam na minha cabeça.
Sou capaz de passar horas a tentar arranjar problemas, mesmo que não os tenha, para encontrar soluções. Sempre fui assim e acho que já não mudo.
Pode parecer estranho, mas a minha capacidade de criar cenários para problemas e desmontá-los é um dos meus fortes, que me desgasta, mas me dá também a capacidade de perceber que, na vida, tudo tem solução, à exceção da morte.
Por isso, cada vez mais, acredito na frase que diz “O que não nos mata, torna-nos mais fortes”.
A verdade é que, nos últimos tempos, já passei por muitas experiências diferentes que me fizeram rir, chorar, gritar e, mais que tudo, questionar. No entanto, no meio da confusão de pensamentos e sentimentos que pairam dentro do meu cérebro, entendo que o que tiver de ser será. A vida é assim, prega-nos partidas, dá-nos o que não estamos à espera (para o bem e para o mal), mas é assim mesmo.
Muitos falam de destino, outros de coincidências. Eu, sinceramente, não sei o que lhe hei de chamar, ainda não consegui perceber se essa coisa de “destino” existe ou se é apenas mais um mito criado. O que sei é que, muitas vezes, quando menos esperamos algo que não contávamos aparece na nossa vida, faz-nos mudar, faz-nos mais fortes, mais frios ou mais compreensivos – enfim, é a vida (como costumamos dizer).

Por isso, devemos aproveitar cada momento como se fosse o último, devemos aproveitar o que a vida, o destino ou as coincidências nos dá. Porque um dia, um dia pode ser tarde e pensar no passado, no que podia ter sido e não foi, já não fará sentido, já não trará nada de volta.