quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Feliz Ano Novo



No final de mais um ano, hora de balanço... Perdi pessoas, que pensava serem amigas, ganhei amigos que não imaginava, tive desilusões, mas também tive alegrias, fiz bons programas, mas tambem fiz maus, aconselhei e fui aconselhada,fui perspicaz, intuituva, adivinha( tantas e tantas vezes), fui amiga, fui irmã, fui eu própria todos estes 365, porque não podia ser de outra forma.
Que o novo ano me traga tudo do que é especial e para os meus amigos desejo também o melhor. Bom Ano Novo!!!!!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Feliz Natal



As ruas enchem-se de cor, luz, musica e movimento, por estes dias, lembrando a época em que estamos. Tudo fica mais bonito e com mais encanto…um encanto que perde brilho quando pensamos no consumismo desta época, na luta desenfreada por dar o melhor presente, no esquecimento do verdadeiro significado do dia 25 de Dezembro.
É pena que os valores se vão perdendo, que o verdadeiro significado do Natal perca força e ganhe o material, o superficial.
Neste natal, vamos pensar que quem ldeu razão de ser à data, não quer mais do que a felicidade de cada um de nós, uma felicidade que está na união da família e dos amigos.

Por isso, este natal o que vou por no sapatinho dos meus amigos é muito amor e carinho, deixando ainda a certeza que sempre que precisarem eu estarei, como sempre, de corpo e alma, para ajudar se conseguir ou, pelo menos, para ouvir que é uma coisa que nos desabituamos nos dias de hoje.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

O valor de uma amizade


O valor da amizade é cada menor e não se entende porquê. É certo que a sociedade mudou as pessoas, que o ritmo de vida alterou os comportamentos e que o que somos hoje não somos amanhã. Tudo situações válidas, mas que para o tema que hoje me debruço pouco ou nada deviam importar.
Se é amizade, é-o para sempre, não há “meio amigo” ou se é, ou então nunca se foi. Muitas vezes, ouve-se da boca das pessoas a frase “este é meu amigo verdadeiro”, não entendo muito bem a qualificação, porque a palavra “amizade” diz isso mesmo, não é necessário quantifica-la ou qualifica-la.
Na minha modesta opinião que vale o que vale, a existir, a amizade existe sempre até ao infinito, até além da morte (para quem acredita).
Na minha vida, já conheci muitas pessoas, mas, na verdade, tenho poucas amizades, no entanto, as que tenho, sei que o são. Também já acreditei ter amigos, que depois se revelaram e que mostraram que não o eram, nem nunca o tinham sido.
Já sofri por pensar que os tinha comigo, percebendo depois que, esses a quem tinha dado o meu tempo, depositado a minha confiança, nunca tinham sido próximos, nunca tinham sido íntimos. Olhando para essas situações, acredito que é necessário existirem “desgostos” – chamemos-lhes assim – para darmos valor às amizades que nos acompanham por toda a vida.
Tenho pessoas que considero mais família que a própria família, pessoas que me dão carinho, que me ajudam, me ouvem, me perguntam simplesmente se estou bem e que, sempre que preciso, me puxam as orelhas, me dão na cabeça e me mostram que estou errada se assim acontecer.
Esses, tenho-os no meu coração, naquele sítio mais belo do ser humano, naquele lugar onde guardamos o melhor.
Raramente me engano na escolha daqueles que quero que me acompanhem, normalmente faço escolhas certas, mas já me enganei, já provei o sabor da desilusão algumas vezes, sei, no entanto, que as amizades que tenho são sólidas e duradoiras e isso enche-me de orgulho!


domingo, 13 de dezembro de 2015

No sapatinho quero...

    



O Natal está à porta, lá fora as ruas enfeitadas lembram que o Natal está a chegar, que Jesus vai nascer…
Nesta altura, somos convidados a olhar para dentro de nós e a refletir sobre a nossa vida, os nossos comportamentos e as nossas falhas…
Ora bem… Refletir sobre as falhas e os comportamentos é simples…Tenho muitas falhas e comportamentos menos próprios, também - tenho consciência disso… Mas refletir sobre a vida, isso já é mais complicado…
Foi mais um ano difícil, com várias provações, em que o sol embora brilhasse muitas vezes lá fora, poucas vezes fez luz cá dentro, no sítio onde guardamos as emoções e os sentimentos.
 A minha vida?? A minha vida é… não sei muito bem o que dizer…só sei que é um turbilhão de emoções, de desafios, de momentos bons e alguns maus (os maus este ano superaram)…
Mas, neste Natal, no sapatinho quero amor, paz e, claro, aquilo que mais anseio é… o que realmente me faz feliz (quem me conhece sabe).
Neste Natal, vou pedir ao menino Jesus (era assim que se dizia no meu tempo) que me dê aquilo que lhe peço todas as noites, todas as manhãs e sempre que me lembro durante o dia.

Ele nunca falha e, por isso, acredito que o meu sapatinho, colocado debaixo da chaminé, este ano, me vai surpreender!!!

terça-feira, 17 de novembro de 2015

O mundo de pernas para o ar – está na hora de todos darem as mãos e lutarem por uma sociedade melhor



O mundo está de pernas para o ar e essa é uma realidade, cada vez mais, entranhada nesta nossa sociedade que parece não ter “rei nem roque”.
Os últimos acontecimentos - a última barbárie que aconteceu na Cidade Luz - apagaram todas as esperanças de que o mundo se possa tornar melhor.
Neste últimos dias, muito se tem falado sobre esse Estado Islâmico, que ninguém sabe muito bem o porquê da sua existência e, acima de tudo, qual o seu propósito. Tomar conta do mundo? Dominar o globo? Transformar o mundo naquilo que acredita? Usar o nome de “Deus” como pretexto?
Não faz sentido. Cada um tem o direito e a liberdade de acreditar em quem quer e, acima de tudo, no que quer. Estes senhores, se assim os podemos denominar, acham-se poderosos e consideram que vão dominar o mundo. Na minha modesta opinião - que vale o que vale - será difícil que este autoproclamado Estado Islâmico venha a conseguir os seus intentos - intensões essas que, acho, nem eles sabem bem quais são.
Todos temos direito a acreditar no Deus que queremos, mas não acredito, de todo, que estes seres, que dizem fazer o que fazem em nome de Deus, o façam com esse objectivo. Conheço alguns muçulmanos, conheço um bocadinho - muito pouco é certo - desta cultura, e sei que estes extremistas não são espelhos dos milhões que estudam e acreditam no Al Corão. Sou católica porque acredito num Deus justo, terno e amigo. Eles serão muçulmanos porque acreditam, como eu, num Deus justo, terno e amigo. Por isso, sabem e têm a certeza que esse Deus amigo, jamais iria querer que alguém se sacrificasse por Ele, nem que fosse carne para canhão, como esses senhores querem fazer parecer.
Nos últimos dias, voltou à praça pública a desconfiança e a questão da segurança no que diz respeito ao acolhimento de refugiados que fogem de uma terra em guerra. Para mim, este é, de facto, um assunto delicado.
 Consigo perceber os dois lados, as duas partes, aqueles que acolhem sem medo e os que se revoltam por estarmos a acolher os que podem ser terroristas e transformar o mundo ocidental, no entanto, sei que, no meio de tantos, muitos – a maior parte – serão pessoas que querem apenas viver num mundo seguro, onde reine a paz e onde possam dar aos seus filhos uma vida sem medos. Também entendo que esta nossa generosidade pode abrir precedentes e transformar o nosso cantinho, a nossa europa, num espaço sem regras, num continente onde se vão perder muitos usos e costumes.
Acredito, no entanto, que o que se passou naquela sexta-feira 13, na cidade do amor, não passe de mais um episódio de gente má, que não tem nenhum Deus, que tem apenas vontade de fazer mal, vontade de matar só porque sim.
Está na altura de todas as religiões, todas as crenças, darem as mãos e lutarem por um mundo melhor, por uma sociedade de causas e valores. O problema do mundo em que vivemos é que estamos todos – e digo todos – à margem do que se passa, só olhamos para o nosso umbigo. Vivemos num mundo em que os políticos se fecham nos gabinetes a tentar encontrar soluções, mas não é nos gabinetes, no conforto dos seus lares que se conseguem essas soluções.

Está na hora de parar, está na altura de católicos, muçulmanos, judeus, ortodoxos e outros tantos se unirem e mostrarem que esse Deus em que todos acreditam não quer o mal, mas sim o bem de todos, porque como um verdadeiro Pai (em todas as crenças), Ele não pode querer mal aos filhos.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Partiste mas a história continua



A idade e a doença levaram-te para onde terás a vida eterna, mas deixaste cá uma linda família, uma linda história que todos iremos recordar até, um dia, irmos - também nós - ter contigo e sermos felizes todos juntos novamente.
Aquele homem alto de cabelos brancos, cheio de vida, desenrascado, moderno para a idade deixou-nos sem dizer que o ia fazer. Sofremos e vamos continuar a sofrer, mas o sorriso nos lábios, esse vai ficar sempre quando pensarmos em ti, na tua história, na tua família, da qual me orgulho de fazer parte.


Recupero uma história que escrevi sobre ti, sobre a tua prol, sobre a tua vida que terminou aqui na terra dos vivos, mas continua lá, onde Deus quer:


A história começou talvez há 70 anos atrás, mais ano, menos ano. Dois adolescentes conheceram-se e decidiram constituir família. Do primeiro ao 14º filho, foram precisos vinte e pouco anos.
A família foi aumentando, as dificuldades também, mas onde todos ajudavam, nada faltava.
Não conheço verdadeiramente a história, mas vou ouvindo aqui e ali, as coisas que eles, os que nasceram do amor daqueles dois adolescentes, vão contando.
“Uma sardinha para três…. Uma roupa que tinha de ser partilhada entre todos, a cama onde dormiam três ou quatro…” – entre tantas e tantas peripécias que nos fazem pensar a nós que somos a segunda e terceira geração.
As coisas nunca abundaram, mas, segundo eles, também nunca faltaram. Hoje desse amor, que durou talvez perto de 30 ano, resta ele (o adolescente alto e espadaúdo, com um ar bem jeitoso, hoje alto, de cabelos brancos e com uma memória muito traiçoeira), e treze dos catorze frutos.
Ela foi embora mais cedo, com quarenta e poucos anos, deixando a família fisicamente, mas que nunca esqueceu – não tenho dúvidas que olha por cada um de nós. Ela foi, mas deixou uma família unida até hoje.


terça-feira, 6 de outubro de 2015

Brilha dentro de nós



Um dia conheci um ser como poucos, alguém com uma vontade de viver acima do infinito, alguém que amava os seus como ninguém. Um dia, Deus deu-me o prazer de conhecer alguém especial, sofrida da doença de muitos anos, mas alguém com uma vitalidade e uma capacidade de rir de si mesmo, fora de série. Um dia, conheci-a e tive o prazer de passar momentos inesquecíveis, de alegria e paz, como aqueles que vivemos em cada sábado, em cada jantar, em cada lanche, em cada encontro.
Hoje, estou triste, estou triste porque esse alguém especial, essa força da natureza foi vencida por aquele malvado que a tentou atormentar mais de vinte anos, mas que ela sempre venceu. Este fim-de-semana, esse maldito levou-a, mas ela continua aqui junto do meu coração e a olhar por cada um de nós. Amou como ninguém os filhos, os netos e os amigos.
Foi uma lutadora, uma vencedora, apesar de vencida agora. Foi não, é uma vencedora, é uma amiga, uma pessoa especial que vai ficar aqui sempre, onde guardo aqueles que amo.

A ela agradeço ter-me dado a oportunidade de conhecer uma família linda e uma filha especial que é uma irmã, uma amiga e uma – também – lutadora e vencedora. No meio de todas as adversidades lutou, nunca esmoreceu, mesmo quando as nuvens se tornavam cada vez mais negras. Foi educada no amor e é esse amor que a vai fazer levantar a cabeça e acreditar que aquela estrela que brilha mais é ela que lá está a dar uma das suas gargalhadas, a dizer uma das suas brincadeiras e a lembrar que nunca, mas nunca, a vai abandonar.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Calem-se as armas, salvem-se os inocentes





A imagem da criança morta na praia que nos entra pelo pequeno ecrã a todo o momento dói - dói porque se trata de mais um  de muitos seres humanos que sofrem dos males da sociedade, dos males de uma sociedade sem escrúpulos, onde só o dinheiro e o poder interessam.

A imagem do menino morto na praia choca, mas é um choque que tem de ser mostrado ao mundo para que os senhores do dinheiro e do poder percebam que é necessário intervir, que é preciso salvar estes inocentes que nasceram numa terra, onde, em vez de paz, existe guerra, onde vivem atormentados pelas granadas e pelas armas que ferem e matam sem mais nem porquê.
Está na hora de dizer basta – chega de pensar só no poder e no dinheiro a troco de nada.
Está na hora de olhar para estes países onde a realidade é só e apenas destruição.
Há dias, ouvia um migrante dizer “eu sei que é arriscado, mas eu só quero tomar o pequeno-almoço em paz, sair à rua sem medo de levar um tiro e morrer, sem saber porquê”.
Fez-me pensar… Pensar que somos um bando de egoístas, que vemos as imagens e pensamos “ainda bem que vivemos num cantinho”. Vivemos o tanas, temos obrigação de dar as mãos e ajudar esta gente que tem, ou deveria ter, as mesmas condições que nós, pois todos somos humanos, todos somos iguais.
Está na hora de dizer a estes senhores que mandam no mundo que o façam, mas com humanidade e, acima de tudo, com dignidade. Se somos todos iguais, demos a todos as mesmas oportunidades.
As imagens tornam-se cada vez mais banais aos olhos de muitos, mas não o são. São dramáticas e estão a atingir proporções assustadoras.
Que aquele menino que “dorme” no sono da morte, abra os olhos de quem finge não ver o drama de famílias inteiras, a tragédia que se abate junto dessas pessoas, uma calamidade sem fim à vista.

Calem-se as armas, salvem-se inocentes que não querem mais que “tomar o pequeno-almoço em paz”.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Um dia vou escrever um livro…para já fico-me por um ensaio (Cap. VII)

Cap.VII

“Senhores passageiros apertem os cintos que estamos a minutos de aterrar. O tempo está de chuva e ventoso, sendo provável alguma turbulência na aterragem”.

A voz da hospedeira acordou Camila e José que dormiram grande parte da viagem.
- De volta à realidade – disse Camila, ainda na manga de saída, com olhar fastioso.
- Pois… Depois do sol, este tempo chuvoso e frio…
José sabia bem que não era ao tempo que Camila se referia, mas não quis alimentar a conversa que era necessária, mas que não achava ser o momento.
Já com as malas na mão, os dois dirigiram-se ao parque de estacionamento, onde o carro estava parado há 15 dias e seguiram viagem até casa dela.
As palavras entre os dois eram quase que arrancadas a ferros e Camila só pensava em como era possível depois de duas semanas fantásticas, agora estarem a agir como dois estranhos.
“Está na hora de conversarmos. Vai ser hoje” – pensava ela.
José para o carro, em frente a casa de Camila. Sai, sem lhe dar tempo de falar, e dirige-se à mala.
- Posso levar-te a mala para dentro?
- Claro, a minha casa está sempre aberta, para ti.
Ele olhou-a de soslaio e sorriu. Ela corou, pensando que, mais uma vez, calada dizia tudo.
Entraram, colocaram a mala encostada a um canto e…. “e agora o que fazer”, pensaram os dois.
Ela que, apesar de tudo, era mais desenrascada disse:
- Bem, vamos fazer alguma coisa para comer? Depois de tantas horas, acho que merecemos.
- Estava a ver que não – disse José, piscando o olho.
Dirigiram-se para a cozinha. Não havia muita coisa por onde escolher já que tinham estado algum tempo fora, mas ingredientes para uma massa com atum, ainda havia. Pareciam dois adolescentes, num parque de campismo.
Enquanto ela preparava o jantar, ele foi logo preparar a mesa.
- O que bebemos? – perguntou José, enquanto retirava os copos do armário da sala.
- O que queres beber? – disse ela.
- Bem, com esse manjar que estamos a preparar….se calhar…. Uma cerveja, não?
- Parece-me bem – disse Camila, com voz sorridente.
Depois de tudo pronto, sentaram-se ambos à mesa e os pensamentos voltaram a assolar Camila. Pensava que era o momento de falarem, mas todas as vezes que tentava começar, era interrompida, por um “mais cerveja” ou “mais massa”. Estava cada vez mais desconfortável, “mas de hoje não podia passar”, pensava ela.
O jantar decorreu normalmente, pelo menos para ele que recordava cada momento da viagem, cada paisagem, cada lugar, sem nunca se referir aos dois, à relação que o era, mas que ambos sempre ignoraram.
- Chove imenso lá fora. Depois de 15 dias de calor intenso, temos de ter cuidado, se não ficamos doentes – disse Camila, inocentemente, mas logo percebendo que iria ser mal interpretada.
- Hummmm. Também acho… Se calhar, com esta chuva e este frio, é melhor ficar cá esta noite, para não constipares.
Camila não controlou um sorriso e abanou a cabeça com desdém.
- Vamos arrumar a cozinha para descansarmos, que já se faz tarde.
- Vamos lá que a noite está fria e não podemos ficar doentes – continuava ele a provocar, mas ela fez de conta.
Dirigiram-se com os pratos para a cozinha, e enquanto ela colocava a loiça na máquina, ele arrumava a bancada por cima da máquina e fazia-a uns carinhos no cabelo sedoso e liso da sua amada.
- Ufa. Deu trabalho este manjar, mas já está tudo direitinho. Acho que está na hora de…. – não terminou a frase porque olhou para o canto da sala e viu a mala que tinha de ser desfeita.
- Nem penses. Não vais agora desfazer a mala. Agora vais descansar.
- Já mandas? – disse ela com ar irónico.
- Nem sabes quanto – disse ele com voz rouca e olhar sorrateiro.
- Está bem…. Vamos ver televisão.
Sentados no sofá, os dois respiraram fundo e começaram a fazer zapping a ver se encontravam algo que os fizesse parar, mas nada os convencia. Estiveram assim um bom tempo, tendo adormecido.
Camila acordou já de madrugada, com o braço adormecido, abraçada a José. Levantou-se e acordou-o para se deitarem confortavelmente na cama.
Aborrecidos, os dois foram para o quarto, sem trocar uma palavra.


A chuva que batia na janela fazia adivinhar mais um dia cinzento e frio. Era sábado, para quê levantar cedo, se se estava tão bem debaixo do édredon de penas que ambos compraram.
- Bom dia alegria! – José acordou bem-disposto e preparado para um dia de descanso, talvez entre a sala e o quarto.
Camila despertou, mas os olhos teimavam em não abrir, tal era a vontade de dormir mais um pouco.
- Que horas são? – perguntou com voz roupa.
- Horas de preparar o pequeno-almoço, que o jantar de ontem…
Ela lembrou-se do que comeram quando chegaram e sorriu.
- Vou preparar alguma coisa – disse.
- Nada disso – ripostou ele. O pequeno-almoço fica por minha conta.
Depois de lhe dar um beijo na testa e ter sussurrado que a amava, desceu da cama e dirigiu-se à cozinha, onde pouco ou nada havia. Mas não podia falhar. Começou a abrir os armários, viu uma caixa com cereais, uns pacotes meio cheios de bolachas e pensou “o que faço agora”. Foi ao frigorífico, havia umas laranjas ainda em bom estado e um pacote de leite por abrir, dentro da data.
Com o pouco que tinha fez um belo pequeno-almoço que levou à sua amada.
Com a bandeja na mão, exclamou: - foi o que se conseguiu arranjar.
Ela sorriu e sentou-se na cama. Os dois comeram, com a chuva como companhia.
O tabuleiro ficou vazio num instante e foi colocada ao lado da cama.
Recostaram-se na cabeceira da cama e começaram a recordar os dias maravilhosos, numa cidade ainda mais bonita.

“Temos de falar e não pode passar mais tempo” – pensou ela, novamente.
- Temos….

- E se desfrutássemos agora da chuva que cai la fora e nos deitássemos mais um bocadinho?  - voz e olhar matreiro.
“Será que não vou conseguir falar com ele de uma vez por todas” – pensava furiosa.
- Vá, relaxa, hoje o dia vai ser para isso.
Agarrou-a num abraço apertado e, mais uma vez, perceberam que o amor era mais forte…

Adormeceram…

O som do telemóvel acordou os dois e, do outro lado, a mãe de Camila perguntava como tinha sido a viagem, se chegou bem, como foi tudo, enfim, um verdadeiro questionário que ela não queria responder, pelo menos agora.

Lá foi dizendo que foi tudo maravilhoso, mas, numa tentativa de conseguir desligar, disse que depois lhe contava todos os pormenores.

- A tua mãe não quer saber tudo…quer saber de nós.

“Era agora o momento” – pensou ela.

- Quer ela e quero eu – encheu-se de coragem e falou.
- Que queres saber? – questionou ele com sorriso matreiro, como só ele sabia fazer.
- O que somos e como estamos?
- Somos nós e estamos bem.
Ela começou a ficar sem paciência – ele sabia bem como lhe provocar nervosismo.
- Ok… disse ela.
José percebeu que já a tinha conseguido irritar e entrelaçou-se no corpo de Camila e disse:
- Não tenhas medo. Eu sou e serei sempre teu, enquanto assim o desejares.
Os olhos dela encheram-se de brilho, mas, ao mesmo tempo, de medo. Será que estavam finalmente a assumir um relacionamento?
- Achas que te vou deixar, achas que não quero estar contigo, que não quero acordar contigo todos os dias? Só não o farei se não quiseres.
Ela sorriu e abraçou-o com todas as suas forças.
- Estavas desde que o avião descolou com esse desconforto, não foste capaz de abordar. Esse medo desnecessário. Como te conheço minha pequena – ele sabia bem como a deixar sem jeito.
Corou, mas não se deu por satisfeita.
- E tu não tiveste as mesmas dúvidas, os mesmos receios?
- Eu porque deveria ter? A nossa viagem não foi mais que uma lua-de-mel antecipada e eu sabia que tu eras e és a mulher que quero para mim. A não ser que tu não queiras…

Ela olhou-o nos olhos e apenas lhe deu um beijo terno e doce nos lábios.

A celebração do amor deu-se ali naquele momento.




Para quem já não se lembra, ou nunca leu os outros capítulos, pode ver nos links:







http://jornalistafelgueirense.blogspot.pt/search?updated-max=2015-05-14T00:50:00%2B01:00&max-results=7

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Amor incondicional





O que é o amor incondicional? Para mim é simplesmente amar – amar sem medida, sem hesitação, sem mais nem para quê.

Conheci esse amor há mais de duas décadas e veio culminar, faz hoje sete anos.
O João veio trazer novamente a alegria de ver crescer, de sorrir e rir de todas as traquinices e frases que parecem de um adulto - sim e ele tem-nas a cada instante, a cada momento.
Há sete anos, a família aumentou e que bom que foi ter mais um membro deste corpo que somos.
Abraçar, beijar, acariciar aquele ser pequenino, que hoje já começa a pensar por si e a ser teimoso q.b., é bom demais.
Há sete anos, pensava em como iria ser, que feitio iria ter, se iria ser parecido com alguém da família. Hoje posso dizer que é diferente, porque todos o somos, mas tem um pouco de cada um, conjugado com uma personalidade que é só sua.
Atento a tudo o que se passa, a cada pormenor, é, sem dúvida, um curioso.
O amor pelos bombeiros é a sua maior característica. Conhece cada carro, cada toque, cada farda de qualquer corporação de qualquer país.
O nosso pequeno bombeiro está hoje de parabéns! Que sejam mais setenta vezes sete, como dizem as escrituras, e que eu te veja sempre com esse sorriso, com esse amor que tens no teu pequenino coração!

Gosto-te daqui até à lua!

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Sonhos




“A vida que sonhei… Ai a vida que sonhei” – pensava a menina frágil, mas que todos conheciam como forte.
A menina que se via, agora, sem rumo, sem vontade de nada, estava ali parada a olhar para o céu, à espera que de lá, de onde moram as estrelas, na escuridão da noite, lhe fossem dadas as respostas que queria, as respostas que tanto procurava para a sua vida, para a vida que sonhou.
“Mas sonho, o que é o sonho?” – deu por si a pensar e a questionar.
 Se sonhos não passam disso, de ilusões do cérebro durante o sono, porque queria ela uma vida de sonho?
Ela não sabia, mas sabia que a vida que tinha, não era a que queria. Queria mais, muito mais. “Mas mais do quê?” – Continuava ela a perguntar às estrelas. De lá, onde  estavam os pontos de luz reluzentes e resplandecentes, as respostas eram…. eram nenhumas, porque ela não sabia, mas as respostas estavam cá, onde ela estava, onde não havia sonhos, onde existia ela, as pessoas à sua volta e tudo aquilo que não queria, mas que a acompanhava, porque a realidade é essa, o sonho é ilusão.
A menina passou horas à espera que de lá, onde a ensinaram que, além das constelações de estrelas e planetas, morava Deus, viessem as respostas que tanto procurava… as respostas da vida que sonhou, mas que, se era sonho, não era verdade, mas ela não sabia.
De tanto olhar para o infinito, a menina adormeceu e sonhou, sonhou que a sua vida havia mudado, tinha finalmente tudo o que queria, tudo o que um dia estipulou para si.
Quando os pontinhos de luz deram lugar a uma luz grande, de um dourado incandescente, ela abriu os olhos e, mais uma vez, percebeu que aquilo que sonhou para si, não passava disso mesmo de um “sonho”.


segunda-feira, 10 de agosto de 2015

O que a natureza dá e o Homem transforma




Portugal tem sem dúvida locais absolutamente fantásticos. De norte a sul, encontramos paisagens de sonho que, muitas vezes, são desvalorizadas.
 Quantas vezes, procuramos lá fora o que cá dentro temos muito melhor? Vezes sem conta. Como se costuma dizer “santos da casa não são adorados” e é bem verdade.
Adoro conhecer locais diferentes e, quem me conhece, sabe que tudo que é natureza me enche os olhos rasgados.
No último fim de semana, tive mais uma experiência fantástica, desta vez junto ao Rio Paiva, mais concretamente no Arouca Geopark, um local que a natureza concebeu de uma beleza extrema e que as mãos do Homem transformaram num espaço visitável e acessível a quem quiser por lá passar. São oito quilómetros de montanha, rio, fauna e flora fantásticos que enchem os olhos de quem decide ganhar um dia de ar puro, acompanhado de lazer e conhecimento.
No final da caminhada, um belo repasto numa manta qualquer, junto ao rio, onde se ouve pouco mais que o chilrear dos pássaros. Depois - ah depois - não se pode sair dali sem experimentar a água límpida do rio que acompanha o visitante, sem se cansar, ao longo de toda a caminhada, sempre ao longe, mas sempre atento e a querer mostrar-se. 
Agora, com ele ali ao lado, há que molhar, pelo menos os pezinhos, e tirar umas belas fotos.

Os Passadiços do Paiva valem a pena. Aconselho!

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Pessoas que ajudam quem mais precisa




Conheci por acaso, no meio do acaso - talvez abençoada pelo local onde me encontrava - alguém que me apaixonou com as suas palavras, com a sua história de vida, com a sua forma de ajudar o próximo.


“Passo muito tempo na Namíbia” – ouvi, no meio de uma conversa, esta afirmação e, como curiosa, questionei, porquê. Do porquê, ao quem, quando, como, onde, foi apenas um instante e, de repente, a conversa desenvolveu-se e eu ficava, cada vez mais, apaixonada pelo que ouvia.
A história foi-me contada, sem que do outro lado, aquela pessoa se apercebesse o quanto eu estava deliciada com cada palavra, com cada afirmação. Falava-me da experiência de forma vaga, mas eu queria mais, queria pormenores, queria entender o que leva alguém a deixar o conforto do lar para uma missão difícil como esta.
No final, vim de coração cheio, cheio de uma história como poucas, que envolve humanismo, doação e acima de tudo amor – amor por aqueles que estão lá longe num país africano, numa tribo como tantas outras, mas que já considera como “sua”.
Com os olhos cheios de água, falava, de forma terna e meiga, dos meninos e meninas, como já sendo membros da sua família. Com a voz embargada, ela lá ia contando as experiências vividas junto da “família” que não é a sua, mas que adotou como tal.
Com o passar do tempo, apetecia-me, cada vez mais e mais, saber como viviam, como pensavam e, acima de tudo, como sobreviviam aqueles que “nunca viram a luz artificial”, aqueles meninos que partilham tudo, desde comida, a roupa.
- “Ela carrega na parede e fica dia” – lembrava uma das frases ouvidas no meio do mato, a mulher, mais uma vez emocionada, com o olhar, lá longe, onde ficaram aquelas crianças que precisam de ajuda, mas que vivem felizes com o pouco que têm. Este foi apenas um exemplo, mas na conversa, percebi que havia muitos mais.
As saudades apertam e ela confessa-me que gostaria de passar lá mais tempo, que lá é o seu mundo, que aquelas pessoas são quem lhe dá vontade de viver e fazer mais e mais, mas a consciência de que é cá que pode arranjar meios para colaborar e fazer daquela, uma comunidade melhor, com mais condições, fá-la descer ao mundo e pensar que se está longe deles é para ajudar.
Criou uma associação que começa a dar os primeiros passos, mas que já deu frutos, nomeadamente uma operação a uma criança que estava cega por causa de cataratas nos olhos. Ajudou essa, mas quer ajudar muitas mais e é, nesse propósito, que, juntamente com o marido, trabalha.
Há acasos da vida que nos fazem pensar e um acaso da vida, fez esta mulher sair do seu conforto, da sua vida agitada e ir à aventura - aventura que lhe deu uma nova família, um novo amor e uma nova visão das necessidades da vida!

Parabéns San Foundation!

https://www.facebook.com/SanFoundation?pnref=story


sexta-feira, 10 de julho de 2015

Ser ou não ser



Costumo dizer que “mato pessoas na minha vida”, expressão que causa, nos outros, um olhar de reprovação, mas sou o que sou e só “mato” se me derem motivos para tal.
Sempre fui de tudo ou nada, de tudo o que de me faça feliz e nada que me faça sofrer.
Não sou, nem nunca fui de meias verdades, de meias certezas, de meias ofertas, de meias vontades. Comigo ou é ou não é, seja a nível profissional ou pessoal.
Há coisas que não concebo, coisas que não perdoo. A mentira, a falta de humildade, lealdada e honestidade são algumas delas.
Na vida, cruzamo-nos com pessoas diferentes de nós e ainda bem que assim é, ainda bem que somos diferentes, porque as diferenças completam-nos, tornam-nos semelhantes.
Somos muitas vezes confrontados com realidades que nos doem, com decisões que nos fazem pensar e equacionar o valor da amizade e da camaradagem. Mas se são realidades que nos fazem mal, devem ser repensadas.
Sempre respeitei o valor da amizade, sempre respeitei o espaço do outro, sempre me dei por completo.
Dei, dou e darei sempre, pois se há uns que não mereciam, há quem mereça, porque apesar de tudo ainda há amigos verdadeiros.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Gosto-te daqui até à lua



“Há gente que fica na história da história da gente”. Já algumas vezes usei esta frase, em alguns dos textos que vou escrevendo, e, hoje, esta frase é novamente bem utilizada e necessária, tendo em conta de quem quero falar esta sexta feira, dia 15 de Maio…

Há pessoas que, por mais  diferenças que tenham, não conseguem separar-se, não conseguem chatear-se, nem, muito menos, esquecer-se… O que é isto se não amor de irmãos??

Pois é, é isso que sinto quando penso na minha, que hoje está de parabéns…
Em pequenas, sempre às turras, em adultas, grandes amigas! Se assim não fosse mal seria.
A sua calma, disponibilidade, o seu sorriso, a sua forma de resolver as coisas, a sua veia maternal, tudo características que fazem dela especial!

Não entendo, quando me dizem que irmãos não se dão, têm inveja uns dos outros, não estão juntos…
 Como é que isso é possível? Se nasceram da mesma mãe, como podem não se amar?
Isso é algo que me causa uma certa confusão, principalmente se cresceram juntos, se tiveram a mesma educação.

Sim, todos somos diferentes e eu e a minha irmã somos disso exemplo, mas as diferenças completam-se, superam-se….
A calma dela contrasta com o meu stress, as risadas dela completam-se com as minhas, o carinho dela complementa o meu…

Por isso, que dizer mais, sobre uma irmã, a minha irmã??

Basta dizer: Parabéns my sister! Continua a ser quem és! 

Gosto-te daqui até à lua! 

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Valores o que são no mundo de hoje?



Valores, educação e informação. Três palavras que podem parecer insignificantes, mas que, na verdade, são o fio condutor da sociedade, são a base do crescimento do ser humano, o alicerce do mundo.

Hoje, onde estão esses três conceitos? Onde os podemos encontrar? Quem os tem? Quem os deve transmitir?

A cada dia que passa, somos confrontados com notícias que nos entram casa dentro, de violência desmedida, de pais que matam filhos, de filhos que agridem pais, de crianças que são violentadas pelos progenitores, de jovens que se agridem gratuitamente, sem motivo aparente, muitas vezes, apenas e só, para se afirmarem como lideres e fortes….Enfim, um sem número de situações que nos fazem ficar perplexos, mas já conformados, com o que se passa por aí, às vezes tão perto de nós.

A culpa é de quem? Foi a pergunta que mais se ouviu, esta quarta-feira, depois do vídeo de agressões entre jovens, que se tornou viral nas redes sociais.

Já li e ouvi muitas opiniões, mas considero que o problema reside na falta de valores e, acima de tudo, de educação.

Hoje vivemos numa sociedade onde a educação se faz com ofertas de tablets, telemóveis de gama alta e outros aparelhos informáticos para colmatar a falta de tempo e afeto para com os filhos.

Vivemos num tempo, numa era, em que o ritmo de vida é demasiadamente acelerado, em que os pais saem de casa bem cedo, “despejam” os filhos na escola, e regressam à noite  para os rececionar como se de uma encomenda se tratasse.
Cansados de um dia de trabalho, chegam a casa e cada um segue a sua “vida”, não há tempo para conversar, para perguntar “como correu o dia” ou simplesmente “se está tudo bem”.

Às crianças dão o tablet ou uma qualquer consola para que se entretenham e não chateiem que o dia foi longo e há ainda umas coisas para fazer em casa. Aos mais velhos, já nem é preciso dizer nada, estes chegam, metem-se no quarto no computador, sendo acordados para o mundo, com um “vamos jantar”.

Não há tempo para se conhecerem, nem sequer vontade de partilhar, de aconselhar e dar nas “orelhas” se preciso for.

Depois, deparamo-nos com situações como a que vimos hoje. Sim, não será única, haverá tantas outras espalhadas por esse país fora…

Esta situação pode não dar em nada, no entanto, este vídeo, daquelas meninas que acharam piada a bater no jovem indefeso, esta projeção, é mais um alerta para a sociedade que temos, para os jovens que estamos a formar e que serão o futuro do país.

É isto que queremos? Será este o caminho para o nosso país, para a nossa sociedade?
Quando era pequena, se fizesse uma asneira, levava um tabefe, fosse dos pais ou do professor e ouvia “para a próxima levas mais”. Hoje se isso acontece, ouve-se “vai ser acusado de maus tratos”.

Não sou apologista do “bater”, mas sempre ouvi dizer que “uns bons tabefes na hora certa nunca mataram ninguém”.

Levei alguns dos meus pais e na escola primária, e quê, sou menos por isso? Foi violência? Não sei,. Sei que fizeram-me crescer e aprender os valores e as responsabilidades da vida.

O que aconteceu hoje, deve fazer os pais e os educadores refletir sobre a forma como estão a preparar as crianças para o futuro.

O acompanhamento permanente é fundamental – Vale a pena pensar nisto.