sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Sonhos




“A vida que sonhei… Ai a vida que sonhei” – pensava a menina frágil, mas que todos conheciam como forte.
A menina que se via, agora, sem rumo, sem vontade de nada, estava ali parada a olhar para o céu, à espera que de lá, de onde moram as estrelas, na escuridão da noite, lhe fossem dadas as respostas que queria, as respostas que tanto procurava para a sua vida, para a vida que sonhou.
“Mas sonho, o que é o sonho?” – deu por si a pensar e a questionar.
 Se sonhos não passam disso, de ilusões do cérebro durante o sono, porque queria ela uma vida de sonho?
Ela não sabia, mas sabia que a vida que tinha, não era a que queria. Queria mais, muito mais. “Mas mais do quê?” – Continuava ela a perguntar às estrelas. De lá, onde  estavam os pontos de luz reluzentes e resplandecentes, as respostas eram…. eram nenhumas, porque ela não sabia, mas as respostas estavam cá, onde ela estava, onde não havia sonhos, onde existia ela, as pessoas à sua volta e tudo aquilo que não queria, mas que a acompanhava, porque a realidade é essa, o sonho é ilusão.
A menina passou horas à espera que de lá, onde a ensinaram que, além das constelações de estrelas e planetas, morava Deus, viessem as respostas que tanto procurava… as respostas da vida que sonhou, mas que, se era sonho, não era verdade, mas ela não sabia.
De tanto olhar para o infinito, a menina adormeceu e sonhou, sonhou que a sua vida havia mudado, tinha finalmente tudo o que queria, tudo o que um dia estipulou para si.
Quando os pontinhos de luz deram lugar a uma luz grande, de um dourado incandescente, ela abriu os olhos e, mais uma vez, percebeu que aquilo que sonhou para si, não passava disso mesmo de um “sonho”.


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