terça-feira, 4 de agosto de 2015

Pessoas que ajudam quem mais precisa




Conheci por acaso, no meio do acaso - talvez abençoada pelo local onde me encontrava - alguém que me apaixonou com as suas palavras, com a sua história de vida, com a sua forma de ajudar o próximo.


“Passo muito tempo na Namíbia” – ouvi, no meio de uma conversa, esta afirmação e, como curiosa, questionei, porquê. Do porquê, ao quem, quando, como, onde, foi apenas um instante e, de repente, a conversa desenvolveu-se e eu ficava, cada vez mais, apaixonada pelo que ouvia.
A história foi-me contada, sem que do outro lado, aquela pessoa se apercebesse o quanto eu estava deliciada com cada palavra, com cada afirmação. Falava-me da experiência de forma vaga, mas eu queria mais, queria pormenores, queria entender o que leva alguém a deixar o conforto do lar para uma missão difícil como esta.
No final, vim de coração cheio, cheio de uma história como poucas, que envolve humanismo, doação e acima de tudo amor – amor por aqueles que estão lá longe num país africano, numa tribo como tantas outras, mas que já considera como “sua”.
Com os olhos cheios de água, falava, de forma terna e meiga, dos meninos e meninas, como já sendo membros da sua família. Com a voz embargada, ela lá ia contando as experiências vividas junto da “família” que não é a sua, mas que adotou como tal.
Com o passar do tempo, apetecia-me, cada vez mais e mais, saber como viviam, como pensavam e, acima de tudo, como sobreviviam aqueles que “nunca viram a luz artificial”, aqueles meninos que partilham tudo, desde comida, a roupa.
- “Ela carrega na parede e fica dia” – lembrava uma das frases ouvidas no meio do mato, a mulher, mais uma vez emocionada, com o olhar, lá longe, onde ficaram aquelas crianças que precisam de ajuda, mas que vivem felizes com o pouco que têm. Este foi apenas um exemplo, mas na conversa, percebi que havia muitos mais.
As saudades apertam e ela confessa-me que gostaria de passar lá mais tempo, que lá é o seu mundo, que aquelas pessoas são quem lhe dá vontade de viver e fazer mais e mais, mas a consciência de que é cá que pode arranjar meios para colaborar e fazer daquela, uma comunidade melhor, com mais condições, fá-la descer ao mundo e pensar que se está longe deles é para ajudar.
Criou uma associação que começa a dar os primeiros passos, mas que já deu frutos, nomeadamente uma operação a uma criança que estava cega por causa de cataratas nos olhos. Ajudou essa, mas quer ajudar muitas mais e é, nesse propósito, que, juntamente com o marido, trabalha.
Há acasos da vida que nos fazem pensar e um acaso da vida, fez esta mulher sair do seu conforto, da sua vida agitada e ir à aventura - aventura que lhe deu uma nova família, um novo amor e uma nova visão das necessidades da vida!

Parabéns San Foundation!

https://www.facebook.com/SanFoundation?pnref=story


Sem comentários:

Enviar um comentário