terça-feira, 30 de outubro de 2012

Ratos que trazem doenças




“O rato abandonou o navio” – esta é parte de uma frase que li, há dias, quando abri a minha caixa de e-mail… Infelizmente, este é apenas um dos muitos ratos que existem por aí, mas, para mim, o pior dos piores.
É pena, perceber que o mundo está feito para estes “ratos”, que vivem sempre no fio da navalha, fazendo falcatrua aqui e ali e vivendo num mundo de aparências que toda a gente conhece, mas contra quem ninguém pode fazer nada.
Um mundinho de mentiras, falsidades, intrigas e ilusões… Mas o certo é que é assim que estes ratos se dão bem na vida, sem prestar contas a ninguém, fazendo umas atrás das outras, sem que nada lhes aconteça. E onde está a justiça?
Essa só existe na cabeça de quem se mete, por engano, na ratoeira desses animais que se vangloriam a comer o queijo numa qualquer praia, na América do Sul.
São esses ratos que ajudam a afundar o barco que é o nosso país, são eles que enterram pessoas vivas, pessoas que ficam sem o que comer e com a vida, literalmente, de pernas para o ar.
Um dia, conheci um rato, de dentes tão afiados que mais que roer a roupa, a madeira ou o queijo que lhe aparecia pela frente, roeu pessoas, destruiu seres humanos que tinham uma vida estável e que, de um momento para o outro, ficaram com feridas profundas, presos a uma situação difícil de ultrapassar, enquanto esse ratinho continuou com a sua vidinha mesquinha, de jantaradas numa qualquer rua chique de uma das cidades grandes do país, de copos com os “amigos chiques”, de viagens por aqui e por ali (um mundinho que, diga-se, não queria, nem que mo oferecessem de bandeja).
O que será desse rato, quando finalmente a ratoeira o apanhar?
Eu não sei sequer se vai ser apanhado, mas, na esperança de que isso aconteça, espero que seja confrontado apenas com um bocadinho do que aqueles que apanhou na sua ratoeira, passaram. E aí, será feita justiça.
Alguém me diz com frequência “mais à frente ou mais atrás as coisas refletem-se” e é nisso que acredito e, acima de tudo, quero acreditar….
Quero acreditar que os ratos deste país vão ser apanhados nas suas próprias ratoeiras e vão pagar pelo queijo que comeram da bandeja que não era sua.
Os ratos empestam o mundo, não servem para nada, a não ser para trazerem doenças, mau cheiro, destruírem casas e tudo o que lhes aparece pela frente. Por isso, não fazem falta nenhuma.
Nesse sentido, vamos unir-nos e acabar com essa espécie que não tem interesse nenhum para os comuns humanos!

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Sempre perto do coração


Hoje apetece-me fazer um hino, um hino àqueles que amo, àqueles que me amam, àqueles que estão sempre lá quando preciso!
Na correria da vida (a minha tem sido paradita, mas normalmente não é), nem nos lembramos da importância que esses - aqueles de quem falo hoje - têm. Sabemos apenas que são importantes, que estão ali ao nosso lado, mas não pensamos na verdadeira pertinência da sua existência nas nossas vidas.
É quando o mundo nos vira as costas, nos coloca de pernas para o ar, nos tira o chão e nos põe à prova, que percebemos a verdadeira importância deles….
Nos últimos tempos, tenho sido posta à prova de várias formas, provas duras, mas que - confesso - tenho conseguido ultrapassar porque eles estão lá. São eles que me dizem, “tem calma, isto vai passar”, “não te martirizes”, “podia ter sido pior, não te magoaste”, enfim, frases que parecem simples clichés, mas que, na verdade, sabe bem ouvir.
A semana passada tive outra grande prova na minha vida, talvez a mais perigosa de todas as que tenho tido e, mais uma vez, eles estavam lá para me ouvir, dar conforto, e “acordar” para a realidade.
De facto, não tem sido fácil, mas “podia ser pior”: é que com eles, esses que me acompanham e me dão a mão, é mais fácil ultrapassar, é menos duro.
Mas afinal quem são os amigos, o que são e qual é o seu papel?
Muitas vezes, este tipo de questões surge e temos dificuldade em responder. No entanto, para mim, a resposta é simples.
Para além da família (o pilar), tenho poucos, mas os que tenho são suficientes, porque - uns mais experientes (pela idade) outros menos, mas com a mesma vontade - todos eles são intensos, próximos e estão lá sempre.
Podia falar de cada um ao pormenor, mas eles sabem quem são…. De Felgueiras ao Porto, passando por Matosinhos, Gondomar, Fafe e Vizela, dando ainda um saltinho a Vila Real, é aí que eles estão! Alguns longe da vista, mas perto do coração!

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Triste fado




Pego no lápis, que não é mais que o teclado do computador, e começo a escrever em mais um dia chuvoso, onde para além da chuva lá fora, pouco ou nada mais há.
Cá dentro, cenário semelhante, para além do televisor que está para ali a debitar coisas, que mal vejo, o computador vai dando forma à minha imaginação e transformando o meu pensamento em palavras escritas num papel branco.
Que triste fado este….
Acordo sem saber onde vou, com quem vou, ou até mesmo se vou ou se quero ir. Será que quero ir a algum lado, será que está na altura de dar o passo e deixar tudo, em prol do desconhecido (qual Diogo Cão ou qual Bartolomeu Dias)?
Pois não sei, não consigo adivinhar, mas o é certo é que tenho de ponderar isso muito bem e decidir o caminho a seguir.
Se tenho espírito aventureiro? Não, não tenho, nem pouco mais ou menos. Gosto de arriscar, mas riscos pequenos, riscos na minha zona de conforto, dentro do meu país (meu? Será que ainda posso dizer isto?).
Desde sempre que me disse contra a emigração, pensando (na altura) que quem fizesse a mesma vida cá e lá, ganharia o mesmo. Hoje, já não posso dizer isso: é que cá não há quase nada para fazer e o que há, o nosso querido governo teima em querer acabar.
Há dias, via uma notícia de 25 jovens enfermeiros que tiveram de ir em busca do sonho para Inglaterra e, no meio da dor deles e da minha, que me revia em cada um, ouvi uma enfermeira, uma menina/mulher, que dizia algo que guardei, uma resposta perfeita. À pergunta: “Algum dia, pensou emigrar?”, a enfermeira respondeu: “Nunca descartei, mas não era o que queria no momento. Há dias, o sr. ministro dizia que o Estado investiu muito na sua educação. Eu digo o mesmo. Frequentei sempre o ensino público na minha formação, o estado investiu imenso em mim e agora que chegou a hora de eu retribuir, vou dar o que recebi a um país que não investiu um único cêntimo em mim” – ora aqui está uma resposta inteligente que deveria fazer os srs., aqueles que mandam, pensar.
Sair, ir à procura de um futuro melhor, querer mais, querer viver, parece-me que é o caminho de todos nós, aqueles a quem um dia chamaram “geração rasca” e que agora não são mais que “geração à rasca”. “À rasca” – é verdade, mas porquê? Que mal fizemos nós para pagar os erros dos outros?
Pois, podia fazer “milhentas” perguntas, mas não teria respostas, porque as respostas essas ficam-se pelas contas bancárias de alguns….Aliás, enquanto esses senhores se vangloriam dos seus feitos (que para eles foram formidáveis), outros, aqueles que vivem a crise e as dificuldades, ajudam a pagá-los – e a fatura é elevadíssima.
Será justo? Claro que não, mas o que é que é justo neste mundo? Nada…
Usando uma palavra que é só nossa - dos portugas - é o nosso fado. É sofrer para pagar os erros dos outros… e se para pagá-los, tivermos de nos sacrificar e ir, qual descobridores portugueses, em busca dos sonhos, iremos, cheios de dor no peito, com lágrimas que nos lavam a cara e um enorme aperto no coração – mas também não será mais do que uma oportunidade, como diria o outro senhor, saído da cartola.