segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

2012 - O que nos espera?



Nos últimos tempos, a expectativa, em relação a este ano que agora começa, tem sido muita. Muito se tem falado de como vai ser, do que vai acontecer, das dificuldades, dos problemas económicos, da conjuntura, em suma, da crise.
Todos dão palpites sobre o euro, o seu futuro, a sua continuidade, o seu valor, a sua legitimidade… E de repente, nos últimos meses, de uma forma generalizada, todos os portugueses se tornaram economistas, contabilistas e até mesmo videntes.
A pergunta é: se todos sabiam o que ia acontecer e se tinham a fórmula mágica para quebrar este ciclo porque é que só agora vêm apresentar as suas ideias, a sua varinha de condão? Porque não o fizeram antes?

É uma delícia entrar num qualquer café ou pastelaria de um qualquer ponto do país e ouvir na mesa ao lado, coisas como, “era fácil acabar com a crise, era apenas preciso...” (e lá se ouve uma teoria que só dá vontade de rir). Mas, se nesta mesa dá vontade de rir, se nos colocarmos atentos à outra mesa e à outra e à outra, onde os que mais criticam, continuam refastelados a tomar o seu pequeno-almoço (apesar do aumento da taxa do IVA, e consequente aumento dos preços), ouvimos as mais rocambolescas e rebuscadas explicações para a crise e a explicação de como pode ser resolvida (algumas das hipóteses, de um requinte, que se o próprio Vítor Gaspar as ouvisse, não hesitaria em aplicá-las de imediato).

Mas, desengane-se quem pensa que é só à mesa do café que ouvimos pérolas sobre a crise e a sua resolução. Basta ligar um qualquer canal generalista de televisão, sintonizar uma qualquer rádio ou folhear um jornal para nos depararmos, todos os dias, com diferentes visões sobre a conjuntura económica adversa e com soluções para travar os problemas.

Adoro ouvir, por exemplo, quem esteve antes no governo a dizer: se lá estivéssemos seria assim, ou seria assado – e quê? Já não estiveram lá? Porque não o fizeram?
Adoro também ouvir os actuais membros do governo, depois de algumas promessas que fizeram na campanha para as eleições antecipadas de Junho, dizerem agora que não podem fazer isto ou aquilo porque a situação é grave e poderá vir a complicar-se ainda mais, sendo obrigados a implementar mais e mais medidas de austeridade.
Mas qual é a novidade? Eles não sabiam, antes de ir para lá, como estavam as coisas? Ora, façam-me o favor de, ao menos, estarem caladinhos e não atirar com areia para os olhos do “povo” – o “povo” que vos elegeu, na esperança de uma vida melhor, de um ano melhor, de soluções para uma crise que não é só nossa.

Neste novo ano que agora inicia, deixemo-nos de moralismos baratos e de soluções estapafúrdias para um problema que, infelizmente, não tem fim à vista.
Está na hora de arregaçar as mangas e rumar todos na mesma direcção – só assim conseguiremos sair do fundo do poço com dignidade e com o respeito que merecemos!

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