Estar em casa é uma seca – não a seca de
que a ministra Assunção Cristas se queixa, juntamente com os agricultores,
entenda-se.
Um dia atrás de outro e nada. Nada de
esperança, nada de vontade, nada de nada.
Às vezes dou comigo a pensar em como é
que há pessoas que gostam de estar em casa, sem nada para fazer? Como preferem
estar em casa a ganhar a mingua que o estado dá, em vez de querer estar ali no
trabalho, naquilo que de facto deve ser o motivo de uma das realizações de cada
um de nós.
A mim, sinceramente, isso tira-me do
sério. Saber que o dia de amanhã será igual ao de hoje e que o de depois de
amanhã será como o de amanhã, não é fácil.
Se tenho coisas para fazer? Tenho pois,
mas não tenho vontade, não tenho força para agarrar no que tenho e seguir em
frente. O tempo é cruel, a vida mais ainda.
Nestes dias, tenho percebido que não fui
feita para estar parada, para ficar isolada. Gosto de estar em casa, sozinha,
isolada no meu mundo, mas por opção, quando isso acontece por obrigação, é muito
complicado.
No entanto, apesar de toda a monotonia,
tenho de reconhecer que há pessoas que estão aqui, mesmo ao meu lado, para ajudar a sair do fosso, para ajudar a alegrar, a rir e a fazer esquecer que
a vida não pode ser encarada assim como eu a encaro.
São essas pessoas que mostram que, de
facto, vale a pena tê-las ao nosso lado, vale a pena apostar nelas, e nunca
deixar que mal entendidos se intrometam nas nossas vidas.
Nos últimos tempos, a minha vida tem
sofrido um turbilhão de mudanças, uma imensidão de alterações que não esperava,
mas que aconteceram e que tenho, a todo o custo, de superar, sabendo que, com
estas pessoas, conseguirei.
Conseguirei e já hoje, amanhã e sempre.
Se estes acreditam em mim, também eu tenho de acreditar e saber que, apesar de
sozinha não conseguir mudar o mundo, tenho tudo para ao menos mudar o meu
mundo!
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