Cap
V
Meio
ano passou e Camila continuava a viver o sonho, aquele sonho que nunca pensou tornar realidade, mas que surgiu do nada e se chamava José.
Durante
mais de três meses, os dois recusaram-se falar de namoro, viviam como um casal
de namorados, mas não falavam sequer em assumir a relação porque, no fundo,
sentiam medo de poder estragá-la. No entanto, era inevitável não a assumirem
perante os amigos e a família, visto que cada minuto livre era passado em
conjunto. Até que quando deram por si, já não faziam nada um sem o outro, já nada
eram um sem o outro. Eram um casal de namorados.
O
amor, o entendimento entre os dois era de tal forma intenso que eram invejados
pelos amigos.
Os dois combinavam já o local das próximas férias.
"Serão umas férias de sonho" – pensava ela, com o sorriso de orelha a orelha,
quando foi despertada pelo toque da campainha da escola, naquela manhã
solarenga.
O
burburinho da entrada atabalhoada dos alunos, fez Camila deixar os seus
pensamentos de lado e voltar à história dos povos, à história do mundo e deixar
a sua história e as suas pequenas estórias de lado.
O
dia teimava em não terminar e logo hoje que tinha combinado jantar com José. De
todas as vezes que ambos saiam – e eram muitas – ela fazia questão de se
arranjar como no primeiro dia. Adorava ouvir “estás linda, como sempre”.
Às 20H00
já estava pronta e ao toque da campainha, desceu. À porta lá estava José que a
observou e fez um olhar matreiro. Foram ao restaurante do costume, onde se
sentiam confortáveis. No fim, um café à beira mar, para ouvir o som das ondas e
começar a delinear essas férias – as primeiras em conjunto.
Se
ela preferia conhecer, em vez de ficar a tostar ao sol, ele preferia praia, mar
e muito calor.
-
Bem, precisamos de conciliar os gostos de cada um. Se não, não vamos a lado
nenhum – disse ela, já com tom de voz exaltado.
-
Calma. Podemos escolher um país com locais a visitar e praia. Assim ficamos os
dois satisfeitos e aproveitamos cada momento.
Ficaram
ali, envolvidos na conversa sobre os prós e contra de cada ideia, chegando à conclusão
que talvez o Brasil não fosse má escolha.
A
conversa estava muito boa, mas amanhã era dia de trabalho. Saíram do bar em
frente à praia e ele levou-a a casa.
-
Queres entrar? – disse ela.
- Se
quiseres que eu entre... – respondeu ele, com voz rouca.
Ela sorriu
e respondeu: - Tens lá o teu pijama, podes ficar.
O
sol entra no quarto, mas nenhum dos dois acorda. O despertador toca, ambos abrem
os olhos, olham um para o outro e beijam-se ternamente, em forma de bom dia.
Sair
da cama não era fácil, o sono, a vontade de ficarem ali agarrados, sem falar,
contemplando-se apenas, era mais forte, mas não podia ser.
Ela
sai da cama e obriga-o a fazer o mesmo para não chegarem atrasados ao trabalho.
Saíram
de casa felizes e com vontade de dizer ao mundo o quanto se amavam e o dia correu muito melhor…. Cada um, nos momentos livres, lá
ia pensando no que fazer no Brasil e como seria bom estarem os dois num lugar paradisíaco.
Os dias
passaram, o amor era o mesmo do primeiro dia e ambos ultimavam os preparativos
para a lua de mel antecipada.
Reservas
feitas, malas aviadas e rumo ao Brasil para quinze dias de emoções fortes.
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