terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Um dia vou escrever um romance...para já começo por um ensaio (Cap. V)

Cap V

Meio ano passou e Camila continuava a viver o sonho, aquele sonho que nunca pensou tornar realidade, mas que surgiu do nada e se chamava José.
Durante mais de três meses, os dois recusaram-se falar de namoro, viviam como um casal de namorados, mas não falavam sequer em assumir a relação porque, no fundo, sentiam medo de poder estragá-la. No entanto, era inevitável não a assumirem perante os amigos e a família, visto que cada minuto livre era passado em conjunto. Até que quando deram por si, já não faziam nada um sem o outro, já nada eram um sem o outro. Eram um casal de namorados.
O amor, o entendimento entre os dois era de tal forma intenso que eram invejados pelos amigos.

 Os dois combinavam já o local das próximas férias.

"Serão umas férias de sonho" – pensava ela, com o sorriso de orelha a orelha, quando foi despertada pelo toque da campainha da escola, naquela manhã solarenga.
O burburinho da entrada atabalhoada dos alunos, fez Camila deixar os seus pensamentos de lado e voltar à história dos povos, à história do mundo e deixar a sua história e as suas pequenas estórias de lado.
O dia teimava em não terminar e logo hoje que tinha combinado jantar com José. De todas as vezes que ambos saiam – e eram muitas – ela fazia questão de se arranjar como no primeiro dia. Adorava ouvir “estás linda, como sempre”.
Às 20H00 já estava pronta e ao toque da campainha, desceu. À porta lá estava José que a observou e fez um olhar matreiro. Foram ao restaurante do costume, onde se sentiam confortáveis. No fim, um café à beira mar, para ouvir o som das ondas e começar a delinear essas férias – as primeiras em conjunto.
Se ela preferia conhecer, em vez de ficar a tostar ao sol, ele preferia praia, mar e muito calor.

- Bem, precisamos de conciliar os gostos de cada um. Se não, não vamos a lado nenhum – disse ela, já com tom de voz exaltado.
- Calma. Podemos escolher um país com locais a visitar e praia. Assim ficamos os dois satisfeitos e aproveitamos cada momento.
Ficaram ali, envolvidos na conversa sobre os prós e contra de cada ideia, chegando à conclusão que talvez o Brasil não fosse má escolha.
A conversa estava muito boa, mas amanhã era dia de trabalho. Saíram do bar em frente à praia e ele levou-a a casa.

- Queres entrar? – disse ela.
- Se quiseres que eu entre... – respondeu ele, com voz rouca.
Ela sorriu e respondeu: - Tens lá o teu pijama, podes ficar.

O sol entra no quarto, mas nenhum dos dois acorda. O despertador toca, ambos abrem os olhos, olham um para o outro e beijam-se ternamente, em forma de bom dia.
Sair da cama não era fácil, o sono, a vontade de ficarem ali agarrados, sem falar, contemplando-se apenas, era mais forte, mas não podia ser.
Ela sai da cama e obriga-o a fazer o mesmo para não chegarem atrasados ao trabalho.

Saíram de casa felizes e com vontade de dizer ao mundo o quanto se amavam e o dia correu muito melhor…. Cada um, nos momentos livres, lá ia pensando no que fazer no Brasil e como seria bom estarem os dois num lugar paradisíaco.

Os dias passaram, o amor era o mesmo do primeiro dia e ambos ultimavam os preparativos para a lua de mel antecipada.


Reservas feitas, malas aviadas e rumo ao Brasil para quinze dias de emoções fortes.

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