quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

O meu natal – o nosso natal




A casa da tia Quina enche-se de gente no dia 24 para festejar o Natal. A família é grande (são só 13 irmãos, juntando mais sobrinhos, filhos dos sobrinhos, primos, enfim…). A cada ano que passa, a felicidade de nos juntarmos é grande. A casa enche-se de sorrisos, gargalhadas e muitas recordações.
O patriarca, esse, fica ali a olhar, já sem entender muitas das conversas, mas alegre por juntar os filhos e os netos. Os donos da casa não param, felizes por juntarem a família e porque a casa se enche de vida (confesso que, sem estes dois, a família seria certamente bem mais pobre).
À volta das panelas, a tia Quina lá vai trabalhando e dizendo as suas piadas, o tio Mário trata da bebida para que na hora do jantar nada falhe. As tias ajudam no resto das coisas e a lareira aquece ainda mais o ambiente, já ele bem quente de amor e alegria.
À hora de jantar, todos se sentam e as batatas e o bacalhau vão para a mesa. Enquanto se come e bebe, as histórias surgem a cada instante. Fala-se de tudo e de nada - conversas só interrompidas pelo tio Mário, com um “encha o copo”.
Depois das sobremesas é hora de jogar o loto, ou como se diz na família, o quino. Mas faltam os que não jantaram connosco - são mais tios e primos. Ficamos à espera e quando estes chegam, lá se começa a jogatana.
O chefe da casa começa a “cantar” as pedras e, quando a voz começa a falhar, enche o copo, o dele e dos restantes. Assim se fazem horas até à chegada do pai natal. 
Do outro lado da casa, ouve-se “ohohohohoh”. Abre-se a porta, e lá aparece o homem de barba branquinha, roupa vermelha e os óculos de sol, para que não seja reconhecido. As sacas com as prendas começam a ser abertas, cada uma com o nome da pessoa a quem se destina e inicia-se assim, uma hora de entrega e abertura de presentes.
A noite já vai longa, mas a conversa, as brincadeiras, as risadas e as piadas continuam, com o lume a fazer companhia e a família unida.
A noite termina já quando o sono nos domina e é hora de vestir os casacos e ir para casa, para regressar amanhã, na hora de almoço, para mais do mesmo!


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