Conheci por
acaso, no meio do acaso - talvez abençoada pelo local onde me encontrava - alguém
que me apaixonou com as suas palavras, com a sua história de vida, com a sua
forma de ajudar o próximo.
“Passo muito
tempo na Namíbia” – ouvi, no meio de uma conversa, esta afirmação e, como
curiosa, questionei, porquê. Do porquê, ao quem, quando, como, onde, foi
apenas um instante e, de repente, a conversa desenvolveu-se e eu ficava, cada
vez mais, apaixonada pelo que ouvia.
A história foi-me
contada, sem que do outro lado, aquela pessoa se apercebesse o quanto eu estava
deliciada com cada palavra, com cada afirmação. Falava-me da experiência de
forma vaga, mas eu queria mais, queria pormenores, queria entender o que leva alguém
a deixar o conforto do lar para uma missão difícil como esta.
No final, vim de
coração cheio, cheio de uma história como poucas, que envolve humanismo, doação
e acima de tudo amor – amor por aqueles que estão lá longe num país africano,
numa tribo como tantas outras, mas que já considera como “sua”.
Com os olhos cheios de água, falava, de forma terna e meiga, dos meninos e meninas, como já sendo
membros da sua família. Com a voz embargada, ela lá ia contando as experiências
vividas junto da “família” que não é a sua, mas que adotou como tal.
Com o passar do
tempo, apetecia-me, cada vez mais e mais, saber como viviam, como pensavam e,
acima de tudo, como sobreviviam aqueles que “nunca viram a luz artificial”,
aqueles meninos que partilham tudo, desde comida, a roupa.
- “Ela carrega na
parede e fica dia” – lembrava uma das frases ouvidas no meio do mato, a mulher, mais
uma vez emocionada, com o olhar, lá longe, onde ficaram aquelas crianças que
precisam de ajuda, mas que vivem felizes com o pouco que têm. Este foi apenas um
exemplo, mas na conversa, percebi que havia muitos mais.
As saudades
apertam e ela confessa-me que gostaria de passar lá mais tempo, que lá é o seu
mundo, que aquelas pessoas são quem lhe dá vontade de viver e fazer mais e
mais, mas a consciência de que é cá que pode arranjar meios para colaborar e
fazer daquela, uma comunidade melhor, com mais condições, fá-la descer ao mundo
e pensar que se está longe deles é para ajudar.
Criou uma associação
que começa a dar os primeiros passos, mas que já deu frutos, nomeadamente uma operação
a uma criança que estava cega por causa de cataratas nos olhos. Ajudou essa,
mas quer ajudar muitas mais e é, nesse propósito, que, juntamente com o marido,
trabalha.
Há acasos da
vida que nos fazem pensar e um acaso da vida, fez esta mulher sair do seu
conforto, da sua vida agitada e ir à aventura - aventura que lhe deu uma nova família,
um novo amor e uma nova visão das necessidades da vida!
Parabéns San
Foundation!
https://www.facebook.com/SanFoundation?pnref=story
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