“A vida que
sonhei… Ai a vida que sonhei” – pensava a menina frágil, mas que todos
conheciam como forte.
A menina que se
via, agora, sem rumo, sem vontade de nada, estava ali parada a olhar para o
céu, à espera que de lá, de onde moram as estrelas, na escuridão da noite, lhe fossem
dadas as respostas que queria, as respostas que tanto procurava para a sua vida,
para a vida que sonhou.
“Mas sonho, o
que é o sonho?” – deu por si a pensar e a questionar.
Se sonhos não passam
disso, de ilusões do cérebro durante o sono, porque queria ela uma vida de
sonho?
Ela não sabia,
mas sabia que a vida que tinha, não era a que queria. Queria mais, muito
mais. “Mas mais do quê?” – Continuava ela a perguntar às estrelas. De lá, onde estavam os pontos de luz reluzentes e resplandecentes,
as respostas eram…. eram nenhumas, porque ela não sabia, mas as respostas
estavam cá, onde ela estava, onde não havia sonhos, onde existia ela, as
pessoas à sua volta e tudo aquilo que não queria, mas que a acompanhava, porque
a realidade é essa, o sonho é ilusão.
A menina passou
horas à espera que de lá, onde a ensinaram que, além das constelações de
estrelas e planetas, morava Deus, viessem as respostas que tanto procurava… as respostas
da vida que sonhou, mas que, se era sonho, não era verdade, mas ela não sabia.
De tanto olhar
para o infinito, a menina adormeceu e sonhou, sonhou que a sua vida havia
mudado, tinha finalmente tudo o que queria, tudo o que um dia estipulou para
si.
Quando os pontinhos
de luz deram lugar a uma luz grande, de um dourado incandescente, ela abriu os
olhos e, mais uma vez, percebeu que aquilo que sonhou para si, não passava
disso mesmo de um “sonho”.
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