Tudo
na vida não é mais que uma experiência, que uma aprendizagem. Por mais que doa,
por mais que cause instabilidade, por mais que seja confuso, por mais que custe
– a vida é um conjunto de experiências, umas melhores, outras nem por isso.
Detesto
ter de dar o braço a torcer e concordar com estas palavras que me dizem
constantemente, mas, de fato, não vale a pena tentarmos contornar o que nos faz
mal, não merece a pena, condenarmo-nos por aquilo que não correu bem. Se não correu
foi porque não tinha de correr, se não aconteceu foi porque não tinha de
acontecer. Podemos sofrer no momento, podemos massacrar-nos, podemos até dizer
que não vale mais a pena. Mas vale, vale sempre a pena, por nós, pelo nosso amor-próprio,
por sabermos que se não somos melhores que os outros, pelo menos somos iguais.
Por isso, quem sai sem motivo, quem sai sem
dar justificação, quem sai porque se acha melhor, então que saia, que
desapareça. Porque uma certeza fica dentro de nós: há de voltar, há de querer
falar, desabafar, mas aí, nós, os que sempre estivemos lá, estaremos agora para
dar o ombro mais uma vez, mas também para dar conta do que é a vida, do que são
as experiências, de que as pessoas não são trapos, não são brinquedos para usar
e, como qualquer criança, quando se cansar deitar fora, na esperança de ter um
outro brinquedo novo. No entanto, não podemos esquecer que há brinquedos que são
perigosos, há brinquedos que nos ferem mais que uma faca, mais que uma arma. É preciso
ter cuidado no que escolhemos para brincar porque, quando menos esperarmos,
esse brinquedo indefeso pode tornar-se agressivo e ferir como se não houvesse
amanhã.
A
vida ensina-nos a valorizar o que e quem realmente importa e a desvalorizar o
lixo que se aproxima de nós. Não é fácil desvalorizar, mas consegue-se, basta
juntar as peças que estão nas nossas cabeças como se de legos se tratasse e perceber
que grande parte do que esse lixo fez ou disse era falso, era mentira, era
apenas uso em benefício próprio.
Mas
o que é a vida sem experiências? O que é a vida sem um bocadinho de dor?
Se isso não acontecesse, não daríamos valor ao
bom que a vida nos dá. Por isso, vamos fazer do mal, uma experiência e do bem,
uma compensação por tudo.
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