segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O mês do frio e do consumismo





Chegamos ao mês do Natal, ao mês do frio (e que frio que está), ao mês da azáfama, dos doces, dos presentes, dos mimos, das famílias se juntarem, de jantaradas - um mês cheio de tudo e de nada.
As ruas, essas começam a brilhar com as luzes colocadas estrategicamente a piscar, mostrando que estamos na época do ano de maior consumismo, de mais compras, de mais banalização do que é dar e receber.
As lojas convidam a entrar, com promoções, fora de data, mas com o objetivo de vender em tempo de crise.
A crise está aí, mas, embora se fale muito de pobreza envergonhada, na minha opinião, não é a pobreza que é envergonhada, mas sim a crise. Basta perder uma tarde de domingo e olhar para as lojas, seja nos shoppings ou no comércio tradicional, apinhadas de gente; basta olhar para os cafés, salões de chá ou pastelarias a abarrotar de pessoas que aproveita uma pausa nas ditas compras de Natal para se aquecer e alimentar o corpo, já que a alma está alimentada naquelas sacas ali ao lado da cadeira.
Estamos no início do último mês do ano e, se pensarmos no que nos espera o próximo, até trememos de medo…. Se este ano foi mau, o próximo, ao que tudo indica, será ainda pior….
E o que fazer? Que alternativas temos? O pior é que não temos, não há soluções para os milhares e milhares de desempregados, não há solução para o dinheiro que devemos e que, insistentemente, o coelhinho diz querer em pagar o quanto antes (com o sacrifício dos desgraçados, ou seja, de todos nós). Sim com o nosso sacrifício, até hoje ainda não ouvi dizer que os membros do governo estão mal de finanças, que estão com dificuldades em pagar as suas contas mensais, não ouvi ainda dizer que os filhos destes estão desempregados, ou mesmo que emigraram…. Por isso, como sempre foi e será, quem come a fava (uma alusão bem a propósito, já que estamos a dias do Natal) são os do costume…. Os outros, os do costume também, esses ficam com o brinde!
A pensar no sapatinho, na árvore de natal, na chaminé e no presépio, apetece-me fazer pedidos, mas será que vale a pena, será que Ele (aquele a quem se festeja o nascimento por esta altura) vai concretizá-los?
Fica a pergunta!




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