segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Reviver histórias passadas


Reviver histórias passadas, revisitar momentos dos tempos idos, onde o mundo estava ao alcance de um clique, onde a felicidade era pouco mais do que ter uns trocos no bolso, para umas bebidas na Ribeira….
Encontrar pessoas que conheci há dez anos e que, desde então, fazem parte do meu mundo, nem que só nos encontremos de ano a ano, ou até mais que isso, soube bem!
O encontro serviu para pôr a conversa em dia, falar das nossas cenas, dos nossos stresses, bem diferentes daqueles que tínhamos quando nos encontrávamos diariamente nas salas de aula.
É engraçado ver que continuamos a partilhar dos mesmos gostos, das mesmas paranoias, enfim, é engraçado ver que os anos passam, mas a amizade e os pontos em comum permanecem.
Quando saímos de casa para rumar ao desconhecido, onde tudo é novidade - desde a cidade, a casa, a escola, as pessoas - pensamos que o mundo vai desabar, pensamos em como vai ser, se vamos conseguir, se somos capazes…. E depois, passados dez anos, percebemos que valeu a pena sair da zona de conforto, caso contrário, não conheceríamos aquelas pessoas que foram companheiras, amigas e colegas, e que permanecem nas nossas vidas da mesma forma e com o mesmo empenho.
O encontro do fim-de-semana foi disso exemplo. Não estava a trupe toda, mas estava parte. Foram umas quantas horas utilizadas para desfiar conversas atrás de conversas, para se falar de tudo e de nada, momentos mais sérios, outros menos… Gargalhadas sem fim, conversas sem nexo…
Enfim, falar da idade, do trabalho, das cenas da vida, de tudo e de nada, onde o mundo cá fora foi esquecido e trocado pela alegria da partilha de um bom momento!

Em resumo: foi um MUNDO!!!

domingo, 19 de fevereiro de 2012

É hora de brincar ao Carnaval




É hora de brincar ao Carnaval e esquecer os Passos Coelho, os Vítor Gaspar e os Álvaro Santos Pereira…
Por uns dias, esqueçamos o que nos faz mal e concentremos as nossas energias nas risadas que damos, na alegria e na boa disposição.
Tenhamos em atenção, que são estas pequenas coisas que nos dão força para encararmos o que nos aguarda no dia seguinte, de forma mais resistente e com mais vontade de vencer.

Mais do que nunca o carnaval deve ser encarado como uma data importante. Porquê?
A razão é simples, o carnaval é a época do ano onde tudo é perdoado, onde mesmo aqueles mais rígidos, aqueles que, no dia-a-dia, são incapazes de soltar um sorriso, o fazem.
O carnaval é, para muitos, um bom dia para descomprimir, para serem aquilo que gostavam, mas não são, para darem azo à sua imaginação e se mascararem dos seus opostos, para criticarem quem lhes mete a mão ao bolso, enfim, serve para, num dia, serem o que lhes dá na real gana.
Confesso que gosto do carnaval, sempre que posso mascaro-me, (vá também é fácil: basta trocar os elásticos).
Agora a sério, gosto do carnaval porque sou alegre, bem-disposta e este é o dia ( e a noite), em que não há lugar a má disposição, onde só há animação e muitas gargalhadas.
Neste ano, particularmente difícil para os portugueses, penso que o carnaval faz ainda mais sentido e a razão é simples, quem vive o carnaval, ao menos esquece, por um dia, as agruras da vida, o défice, os números do desemprego, as contas da casa, do carro, enfim…
Não resolve, é certo, mas revigora e dá força para que, na quarta-feira de cinzas, se comece a semana com mais força e mais vontade de dar a volta aos problemas.
Se não olhemos para o Brasil. São conhecidas as dificuldades que enfrentam diariamente, dificuldades sociais e económicos, mas, por estes dias, todos saem à rua, sem excepção, sem se olhar a cor, raça ou idade.
É uma época onde reina a boa disposição, onde todos trabalham afincadamente e unidos para que no dia, o sambodromo seja mais e melhor…. Os problemas que cada um enfrenta, a violência, a fome, o desemprego, tudo é esquecido por altura do carnaval!
Nesse sentido, e numa clara critica ao executivo central, para mim, não faz grande sentido que o governo português tenha cortado a tolerância de ponto na terça-feira, (embora entenda, tendo em conta a medida implementada de retirar quatro feriados)…
No entanto, numa altura em que todos andam stressados, em que só se pensa em como será daqui para a frente, onde os dias são passados a fazer contas, a pensar nos problemas, na troika, na economia e nas finanças, porquê não dar um dia para esquecer isso e libertar todas as más energias?
Este carnaval, certamente não me vou mascarar, trabalho nesse dia e não poderei aproveitar, mas para quem tem essa oportunidade, que a aproveite, que é uma forma de dar um pontapé (nem que seja pequenino) à crise e esquecer, por umas horas, aqueles que, todos os dias, à hora de almoço e de jantar, fazem questão de entrar pelas nossas casas dentro, naquela caixinha mágica que dá imagens, para nos lembrar que há uma divida, que não é de ninguém, mas é de todos, para pagar e nos dão a conhecer mais uma medida de austeridade.
Vamos brincar ao carnaval e esquecer aqueles senhores que estão tipo Pide a ver o que andamos a gastar, para ver onde podem cortar mais e mais….ainda se ao menos cortassem gorduras, como estão sempre a dizer… pronto, eu ainda poderia ser beneficiada, assim, não me parece!!!

Bom carnaval!!!

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Dia Mundial da Rádio - o meu mundo

                                          


Em dia Mundial da Rádio, não podia deixar a data passar em branco!
A Rádio que preenche 90% do meu dia, a rádio que me faz sonhar, a rádio que é o meu mundo….
Em Dia Mundial da Rádio, as recordações surgem a cada minuto que passa.
O primeiro contacto com o meio, o medo de falar para o microfone, a vergonha, a timidez que se fazia notar na voz trémula que teimava em atraiçoar-me….Momentos complicados na altura, que me custaram um pouco, mas que recordo com um grande sorriso nos lábios!
O primeiro contacto com o meio, ainda que o que gravei não tocasse em nenhuma frequência, foi naquele pequenino estudo, na Escola Superior de Jornalismo. Foi estranho! Aquela voz, não era a minha… claro, nunca me tinha ouvido.
Depois dos bancos da escola, o primeiro contacto radiofónico a sério foi ainda mais estranho…tudo era novo.
Eram os auscultadores nos ouvidos, o microfone em frente à cara, as paredes forradas com um material próprio para não ecoar, os computadores, era um mundo novo ao qual tinha de me habituar - afinal sempre tinha sido o meu sonho, não podia, nem queria voltar atrás.
“On air” foi uma das expressões às quais tive de me habituar e com as quais me dou muito bem.
A magia da rádio é de facto algo que me encanta e me fascina.

A cada dia, uma nova experiência, uma nova sensação. A partir do momento em que a via do microfone se abre, partimos para uma nova aventura. Lá do outro lado, as pessoas imaginam o que se passa no mundo e no país… Cá do outro lado do microfone, nós trabalhamos para contar às pessoas o que se passa no país e no mundo (como diria o outro) e vamos falando e imaginando as pessoas que nos ouvem.
Sentimentos diferentes, mas que tenho a possibilidade de viver os dois da mesma forma.
Já não é a primeira vez que falo sobre rádio, sobre a sua magia e sobre o que ela significa para mim, mas, de cada vez que o faço, sinto uma enorme vontade de continuar a fazer dela o meu mundo.
Desde pequena que este mundo me desperta interesse. O saber quem fala, o imaginar quem está do outro lado, como é: alto, magro, gordo ou baixo…. Tudo coisas que me surgiam (e surgem) sempre que ligava (ligo) o rádio e me deparava (deparo) com uma voz diferente.
Um exercício que gosto de fazer porque é aqui que está essa magia de que falo.

Mas há mais e a rádio é, de facto, muito mais….
Hoje, cada vez mais, este é um meio que vai perdendo importância, tantas são as ofertas que nos entram diariamente pela casa dentro.
É verdade que a rádio não tem o impacto que tinha em tempos idos, mas a rádio é, e foi, um dos meios de comunicação mais versáteis e mais à “mão de semear”, como se diz na minha terra….
É claro que não podemos equiparar a importância da rádio nos nossos dias, aos tempos em que as pessoas se juntavam com os ouvidos colados à grafonola para saber, por exemplo, - no que à realidade portuguesa diz respeito - o que se passava com os nossos compatriotas que se batiam nas colónias, numa guerra sem sentido, mas que tinha de ser, porque o regime assim o tinha determinado; ou para ouvir os discursos do Salazar e do regime…. Mas podemos lembrar-nos dela como um meio importante, como o meio que nos levou à democracia, pelo preponderante papel que teve, por exemplo, na revolução que nos deu a liberdade!
De facto, cada vez mais, ouvimos entendidos dizerem que a rádio tem os dias contados, que a internet é que é o futuro.
Eu não acredito, a rádio continua a ser um meio de excelência, se não reparem: o que é uma televisão que coloca no ar um som, sem imagem? Não é rádio?!
Quando há uma notícia de última hora, na maioria das vezes, onde é que ela é dada em primeiro lugar? Na rádio claro está!
Seja como for, tendo ou não os dias contados, a rádio foi, é e será sempre a minha paixão.

Quem já fez ou faz rádio, sabe do que falo. Aquele bichinho a que tantos e tantos se referem fica sempre, sempre, sempre!




quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Um olhar no infinito


Um olhar no infinito, um olhar no atlântico, naquela tarde de sol, onde a objectiva tentava a todo o custo, através do flash, registar cada momento, cada sensação, mas que, por mais fotografias que batesse, não conseguia - jamais - retratar fielmente o que os olhos viam, o que o coração sentia.
O vento frio que arrefecia a pele, enrugava a cara, despenteava o cabelo e a brisa que teimava em gelar cada parte do corpo e aquecer a alma, levavam os pensamentos maus e traziam os bons, como que se de uma onda que vai e vem se tratasse.
Uma tarde de sol, neste inverno frio, mas quente nos afectos, foi o mote para uma ida à esplanada de um qualquer café no Molhe, em plena Foz, naquela bela cidade que é o Porto.
Lá, na mesa do café, as conversas eram como as cerejas, fluíam de uma forma que até dá vontade de rir.
O azul da água, lá ao fundo, separada apenas pelo castanho da areia, era enganador!
O sol espelhava nas ondas, que batiam nas rochas, tornando a água azul, de um azul cintilante, que em tudo fazia parecer o verão. Só aquela brisa teimava em mostrar que era inverno, que a água, que parecia aquecida pelo sol, estaria gelada.
Foi um turbilhão de emoções, numa tarde de sol, onde a areia e a água eram o limite, onde as gargalhadas, as patetices, as conversas sem nexo, ganhavam espaço… e o resto, aquilo que nos chateia, que nos invade o ser, sem ser convidado, perdia território a cada minuto que passava.
“As crises trazem oportunidades”, dizia-me alguém. E é verdade, a crise dá-nos vontade de aproveitar cada momento, aproveitar o sol, a água, a areia, tudo aquilo que não se paga, mas que sabe tão bem saborear.
Naquele café à beira mar, percebi que há mesmo pessoas que marcam a história e a vida da gente. Há amigos que nos aparecem, nos marcam e nos dão aquele “help” que precisamos, sempre que aquele sol, brilhante sobre o azul da água gélida, teima em esconder-se atrás de nuvens cinzentas que escurecem o nosso dia e a nossa mente.
Às vezes não nos apercebemos, andamos aborrecidos, chateados com a vida, sem sabermos muito bem porquê, sem sequer nos darmos conta de que estamos assim. (Às vezes?? Muitas vezes… Essa é que é a verdade). No entanto, se pensarmos bem, percebemos que, de todas as vezes que assim estamos, há sempre alguém que aparece e nos dá a mão, alguém que não precisa falar, não precisa explicar, alguém que nos dá apenas a oportunidade de tomarmos um café numa qualquer esplanada, em frente a uma qualquer praia!!!