quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Acordar com os pés de fora




“Hoje acordaste com os pés de fora”. Já ouvi muitas vezes esta frase dita de mim para mim. Hoje é um desses dias. Porquê? Não sei, mas também não quero saber.
Todos os dias, nos deparamos com uma serie de “porquês”, com um vasto conjunto de questões para as quais não encontramos resposta, mas que continuamos a insistir e a perguntar, mesmo sabendo qual será o desfecho.
Nestes últimos tempos, os pontos de interrogação no meu humilde cérebro são uma constante dos quais não me consigo desligar. Pois bem, e porquê, tantos “porquês”, se sei que a resposta não chegará?!
O ser humano é um ser inconstante que vive sempre à espera de mais e mais e, mesmo quando a vida corre bem, quando não há motivos para preocupação, lá vai arranjando um “porquê” para questionar, só porque sim, porque, se calhar, a vida sem pontos de interrogação não era a mesma coisa.
Ando impaciente, inconstante, não sei nem mesmo se haverá razão, mas também no meio de tantos “porquês” não me apetece fazer esta questão a mim própria. Ando assim, porque sim, porque tem de ser, porque é do tempo, é da idade, é da conjuntura… enfim…

Acordei com os pés de fora e ponto final – fica o aviso.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Sorrir para vida antes que ela nos trame




Era uma vez…Ontem já a noite ia longa, ao abrir o facebook, deparei-me com um rosa choque em muitas das fotografias de perfil dos amigos e pensei que era mais uma daquelas campanhas que esta rede social tantas vezes tem e faz. Mas não, era em homenagem à Nonô, uma linda menina que teve o azar de ser visitada pelo bichinho mau e não resistiu.
Pois é, ouvimos diariamente falar de casos oncológicos que nos arrepiam, que nos são próximos, que nos deixam com o coração apertadinho, mas olhar para uma menina de cinco anos, ver o que sofreu, o que passou e ver a força que teve, a forma como tratou aquele malvado wills é uma lufada de ar fresco….
A menina que não fez mal a ninguém, viu-se com uma doença incurável, num espaço que não era o seu, mas, mesmo assim, não deixou de ser princesa… Com uma família feliz, Leonor era assim que se chamava a Nonô, foi invadida por um tumor bilateral nos rins, com metástases nos pulmões, e, mesmo assim, não desistiu e, mesmo assim, no meio da dor da doença, no meio dos tratamentos, dizia à família, aos irmãos, de quem era a menina dos olhos, que a dor era passageira.
Aos amiguinhos que fez no IPO, mostrou que aquele era um local onde se podia ser feliz, onde se podia rir, porque ali era o local onde lhes davam mais qualidade de vida.
Olhando para esta princesa que nunca deixou de sorrir, apenas quando vencida pela morte, é caso para pensar: o que são os nossos problemas comparados com os dela? Queixamo-nos de quê e porquê?

Mais, vou mais longe e pergunto: que mal fez este anjinho para ser apanhada por esta doença horrível? Porque é que uma criança tem de sofrer assim? Será que Deus quer isto, daqueles que tanto ama?

Estas perguntas não têm resposta, mas talvez um dia, cada um de nós venha a perceber que cada Nonô que vai aparecendo no mundo, surja para mostrar que as coisas pequenas da vida são grandes e que a vida é para ser vivida com um sorriso, sem queixas, com determinação.

Hoje pensemos em todas as Nonôs que existem por aí e demos valor ao que temos. Porque o importante é ter a “casa cheia de amigos e lábios pintados”, ou seja, o importante é aproveitar tudo de bom que a vida nos dá e não nos prendermos a coisas mesquinhas, a coisas supérfluas, sem interesse.