sexta-feira, 19 de abril de 2013

Um raio de sol



Chegou o sol e espero que seja para ficar. 
O sol, a primavera, o bom tempo: o que trazem na bagagem? O que fazem às pessoas?
Trazem alegria, animam, fazem esquecer um bocadinho a crise, a austeridade, as novas medidas do governo, enfim, fazem acordar de bem com o mundo.
Quer queiramos, quer não, a chuva faz depressões, traz pensamentos maus, faz com que nos enterremos ainda mais nos problemas - nos nossos e do mundo.
No entanto, quando chega a primavera, trazendo o sol que nos entra janela dentro, bem de manhazinha, sem pedir licença, é tão bom.
É verdade que este tempo não vai resolver os reiais problemas do país e das pessoas, mas também é verdade, que ajuda, mais não seja, pelos bons pensamentos que arrasta consigo todos os dias.
Quem é que não gosta de ser acordado por um raio de sol a bater na cara como que se de uma luz se tratasse?! Ficamos logo bem dispostos para o dia que vai começar, que se avizinha difícil,  mas que, com a nossa força e empenho, vai correr bem.
Sim, apesar de as coisas acontecerem como o costume, do trabalho ser o mesmo, das tragédias acontecerem, de milhões de pessoas passarem fome, o que é certo, é que encaramos o dia a dia de forma diferente, muitas vezes, com um olhar mais atento, até com mais vontade de ajudar, porque o sol brilha e, tal como ele, queremos fazer brilhar os olhos de alguém que sofre os problemas de uma sociedade desenraizada, perdida e, cada vez mais, despida de valores e ambições.
Hoje, as pessoas vivem fechadas em si mesmas, olhando apenas para o seu umbigo, sem pensarem em quem está ao seu lado, sem se darem conta de que enquanto elas estão ali a comer, a beber, a divertirem-se, há quem esteja a morrer de fome, sem casa, sem família, sem amigos, sozinhos num mundo que os condena, perante uma sociedade que corre a passos largos, sem se dar conta da miséria, dos problemas que ela própria causou e que agora não quer, nem consegue resolver.
É verdade que, tendo em conta, os condicionalismos económicos, é cada vez mais difícil as pessoas poderem ajudar quem está com dificuldade, mas sabemos que não é só com dinheiro que se pode contribuir. Tal como o raio de sol nos ajuda em termos anímicos, também nós, com palavras bonitas, com um carinho, com um sorriso que seja, podemos fazer alguém feliz, alguém que está ali, mesmo na porta ao lado, na esquina por onde passamos todos os dias, mas que não somos capazes de ver, porque a nossa vida, já é suficientemente complicada para olharmos para os outros.
Não nos esqueçamos, basta um sorriso, um olá, um carinho para, muitas vezes, fazer o dia de alguém mais feliz, completo.
Como um raio de sol, vamos entrar na vida de quem está ali a precisar de nós, do nosso aconchego!

quinta-feira, 4 de abril de 2013

União Desportiva de Várzea continua a fazer história na formação de atletas

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FELGUEIRAS: União Desportiva de Várzea continua a fazer história na formação de atletas

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Apesar do sucesso, uma equipa sénior continua a ser um sonho difícil de realizar

Aureliana Gomes




Com quase trinta e quatro anos de atividade, a União Desportiva de Várzea continua a mostrar o seu valor e a ser um dos clubes de formação mais conhecido e destacado, no “mundo” do atletismo.
Com cerca de meia centena de atletas, o clube tem levado o nome de Várzea e de Felgueiras além-fronteiras, pelos melhores motivos. Os prémios arrecadados são fruto de um trabalho diário por parte dos desportistas, mas não só.
Segundo o presidente, António Fonseca, é essencial o apoio dos dirigentes do clube que abdicam de parte do seu tempo para dedicar à coletividade.
As contas do clube estão em dia, mas o presidente confessa que não é fácil viver essencialmente da generosidade dos sócios e de uma comparticipação da autarquia.
“A nível económico, temos algumas fragilidades, aliás como praticamente todos os clubes de formação. Conseguimos algum dinheiro de atividades nossas e dos associados, mas a verba mais importante, que nos tem permitido uma maior folga orçamental, é o contrato-programa que temos com a câmara municipal”, frisou, salientando que, embora se trata de um clube pequeno, tem despesas correntes que ascendem aos milhares de euros anuais.
Apesar das dificuldades, os prémios dão força aos responsáveis para continuar o trabalho e é sempre um orgulho ver as cores do Várzea nos pódios por onde passa. “É um orgulho ver o trabalho desta família. Onde quer que vamos, ganhamos sempre alguma coisa. O nome de Várzea e de Felgueiras é sempre pronunciado, o que nos enche de orgulho”, salientou ainda.
Em termos de formação, a equipa de Felgueiras é uma das melhores do país, sendo considerada, por muitos, um “viveiro de atletas”.
No entanto, com atletas de qualidade para formar uma equipa sénior, o clube esbarra nas questões financeiras para conseguir manter os atletas.
“O facto de não termos uma equipa sénior causa alguma angústia. Fazer face às despesas de um clube de formação é complicado, mas assegurar uma equipa sénior com qualidade, neste momento, é impossível. Vamos apostando na formação. Temos campeões nacionais e esperamos que eles, noutros clubes, vinguem e possam viver dessa atividade. Era um sonho ter uma equipa sénior de alto nível, mas é apenas um sonho”, referiu António Fonseca, salientando, no entanto, o orgulho em ver atletas formados em Várzea a representar grandes equipas nacionais.
“Sucesso da equipa fica a dever-se ao esforço e trabalho de todos”
As limitações orçamentais são um entrave para a coletividade, mas não são motivo para cruzar os braços.
Há trinta e quatro anos a mostrar o melhor do atletismo nacional, a União Desportiva de Várzea continua a fazer correr tinta na imprensa.
Para o homem que todos os dias trabalha de perto com os atletas, o esforço de todos é crucial.
“O sucesso da nossa equipa fica a dever-se ao trabalho. Todos os dias trabalhamos para sermos o melhor possível”, observou Carlos Mendes, treinador da equipa.
Há vários anos como mentor da equipa, o treinador confessa que não é fácil conciliar a trabalho com esta atividade, mas lembra, que, com a ajuda de todos, incluindo da família, tem conseguido.
“Nada na vida é fácil e trabalhar com jovens também não o é, mas com boa vontade e com gosto pelo que se faz tudo é possível e os resultados estão à vista”, assumiu.
Durante este período como treinador, já viu alguns dos seus pupilos chegarem longe no mundo do atletismo. Carlos Mendes confessa que ser fácil vê-los partir, mas tem consciência que não há outra alternativa.
“Para ser sincero, custa vê-los partir, mas custa muito mais ver um atleta ter condições para brilhar e deixar de praticar o atletismo. É melhor perder para outro clube, do que perder um atleta para a modalidade”, confessou.

Atletas sobem ao lugar mais alto do pódio em provas de atletismo nacionais e internacionais
Ao longo dos anos de atividade, já se perdeu a conta ao número de prémios arrecadamos pela União Desportiva. Só este ano de 2013, são já vários os troféus trazidos para Felgueiras.
Silvana Dias, Sofia Teixeira, Catarina Gonçalves e Fábio Gomes são apenas alguns dos nomes que subiram ao lugar mais alto do pódio.
Em Espanha, no mês de Fevereiro, na Taça dos Clubes Campeões Europeus de Corta Mato, Silvana Dias sagrou-se campeã de juniores. Mais recentemente, em março, esta atleta voltou a subir ao pódio, depois de ter sido a primeira a chegar à meta, no Campeonato Nacional de Corta Mato longo, em Torres Vedras.
A jovem de 18 anos, que está no clube há cinco, refere a importância dos prémios, mas é modesta quando questionada sobre o seu percurso.
“Não me considero uma vencedora, pelo simples fato de que ainda sou júnior e como o meu treinador costuma dizer ‘ainda há muita coisa a fazer’, mas não posso negar, que o meu caminho tem sido bom”, disse, revelando que hoje já não se vê sem o atletismo. “Sem isto, a minha vida já não era a mesma coisa”, confessou.
O sonho de fazer do atletismo carreira é partilhado pela colega de equipa, Catarina Gonçalves que se sagrou campeã nacional em sub-23, em Torres Vedras. A jovem de 19 anos gosta do que faz, mas tem noção que não será fácil singrar no meio. Por isso, aposta na vida académica, estando a estudar na Universidade de Vila Real.
O facto de estar longe é mais um entrave, mas o gosto pela modalidade, diz, supera tudo.
“É difícil conciliar os estudos com o atletismo. Tenho de treinar sozinha e se não tiver vontade... Mas tenho muita atenção do treinador que, apesar de estar longe, me liga a saber como estou, qual o trabalho que tenho feito. Isso também conta muito”.
De resto, o Campeonato Nacional de Corta-mato longo fez também campeã nacional, Sofia Teixeira. A atleta do Várzea que se sagrou campeã em juvenis perdeu a conta aos prémios que já ganhou, mas não esconde que, este último, foi o mais importante. “Este foi o melhor. Subir ao pódio foi uma sensação indescritível”, referiu a atleta de 16 anos, no clube há cinco.
O sentimento de Fábio Gomes, campeão nacional de juvenis na mesma prova, é o mesmo. O jovem de 15 anos, na escola de formação há seis, fala com emoção do prémio que conseguiu. “Subir ao pódio é uma sensação única. No futuro, gostava de ser atleta profissional, embora tenha noção das dificuldades”, referiu, salientando a importância da equipa para os bons resultados que tem alcançado.