quinta-feira, 26 de julho de 2012

Os meus avós!




No Dia Mundial dos Avós, deixo aqui uma pequenina homenagem aos meus!
Tenho seis, hoje apenas um no mundo dos vivos, os outros no meu coração.
Os meus avós…. Quando faço uma retrospetiva e me recordo deles, cada um tem um lugar especial.
Há uma avó que nem sequer conheci, mas por quem nutro um carinho e admiração especial porque foi uma grande mulher, mãe de 14 filhos, trabalhadora, lutadora e que foi a responsável por um dos meus nomes – alguém que a doença levou bem cedo, com quarenta e poucos anos.
Os outros, conheci e todos são especiais, mas ocuparam lugares diferentes no meu crescimento.
Que me desculpem os outros, mas, em primeiro lugar, tenho de falar daquela, da mulher que me fez companhia mais de uma década, com quem dormia e que era uma senhora. De seu nome Camila, foi, sem dúvida, a mulher mais importante da minha vida – alguém que recordo todos os dias, que amo pela sua personalidade, pela sua beleza, pela sua capacidade de, aos 88 anos, ler romances e adorar passear. Mulher sofrido pelo trabalho, viúva de outra pessoa também importante, mas de quem me lembro pouco – o avô Pinto, que morava naquela casa com um “cancelo de pau” e que quando ia passear me trazia rebuçados da Régua…
Neste mundo dos meus avós, há dois que embora não sejam de sangue, são igualmente meus avós – o avô Teixeira e a avó Quininha – que foram meus “amos” e que, em parte, fizeram de mim o que sou hoje. Pessoas extraordinárias, que me amavam como uma neta, tal como eu os amava como avós!
Hoje tenho apenas um avô aqui perto de mim, o sr. Gomes – pessoa extraordinária, com 86 anos, mas que aparenta menos. Alguém que ficou sozinho bem novo, com filhos pequenos (a mais nova com quatro anos), mas que conseguiu dar a volta, com a ajuda dos filhos mais velhos, é certo, mas alguém que se pode orgulhar de si e da sua família.
Neste Dia Mundial dos avós, deixo aqui esta pequenina homenagem aos meus!



segunda-feira, 16 de julho de 2012

Coração apertado




Conhecemo-nos por um acaso da vida – um acaso bom, chamado Tomás. Se ele não tivesse nascido, talvez nunca tivesse conhecido duas pessoas fantásticas e o meu mundo seria certamente mais pobre.
Foram nove anos de convívio, nove anos de amizade, nove anos de alegrias e tristezas, mas nove anos em que a amizade venceu sempre.
Hoje, que partes, que fazes a transição (como a tua mãe fez questão de lembrar todos os que ali estávamos), quero dizer-te que, estejas onde estiveres, serás sempre relembrado como uma boa pessoa, como alguém sempre disponível e pronto a ajudar.
Partes antes do tempo, mas deixas aqui uma parte de ti, um menino lindo, inteligente, bem-educado e acima de tudo sensível: fruto da educação que tu e a tua mulher souberam dar e dar bem!
Hoje, os que te amam choram a tua morte, a tua partida – o que é normal, não te vão ter mais fisicamente, mas também recordam todos os momentos, principalmente aqueles em que os fizeste rir, em que lhes deste conforto, em que os fizeste felizes…
Onde quer que estejas, podes estar orgulhoso do teu filho, da tua mulher e da tua família – estão a sofrer, mas a ser fortes, muito fortes, uma força que, não tenho dúvidas, vem de ti – tu que estás aí a olhar para eles e por eles.
A partir de agora és uma estrela que brilhará para eles todos os dias!
Descansa em paz amigo!!!

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Cancros de uma sociedade debilitada que luta para dar a volta




Num breve "folhear eletrónico" pelos jornais, esta manhã, deparo-me com uma boa notícia que me leva logo a pensar numa outra. Confuso? Eu explico.
Hoje é publicada uma notícia num dos diários de grande tiragem que dá conta de um estudo que diz que “a Universidade do Porto é a mais bem classificada em Portugal em sete dos principais rankings internacionais e está entre as 100 melhores universidades da Europa”
Ora ao ler isso, o meu pensamento foi logo ao encontro da notícia que tem marcado a atualidade nos últimos dias: a licenciatura do nosso ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, senhor que - diga-se - nos últimos tempos, tem preenchido páginas e páginas de jornais, não pelas melhores razões.
Para os mais desatentos, é preciso explicar que o nosso prezado governante se licenciou em 2007, na Universidade Lusófona, em apenas um ano. Superdotado?!
Não, nada disso! Dizem os meus colegas “jornaleiros” (em quem eu acredito), que o Sr. Dr. frequentou nos anos 80 do século passado os cursos de Direito e História, mas não terminou qualquer um deles. A explicação para não ter terminado os referidos cursos, segundo o ministro, ficou a dever-se ao seu envolvimento na política “ainda muito jovem”.
Ora depois disso, Relvas decidiu voltar aos bancos da escola (isto como quem diz…) e fazer o que deixou para trás há mais de 20 anos. Mas teve sorte, precisou apenas de um aninho, tudo porque lhe foram concedidas equivalências dos ditos cursos que frequentou, e, diz que, também contou o currículo profissional.
E é este o país que temos….
Uns andam anos a estudar, a pagar propinas, a esforçarem-se para aprender, a quererem saber mais, a cumprirem as leis do país, e, outros, inclusive governantes, (recordemos para além deste, o caso de José Sócrates) com a sua experiência profissional conseguem um curso.
Será justo?! Será com estas decisões que o país vai progredir?!
Muitas vezes, ouvimos dizer que quando se termina um curso não se sabe nada, só a experiência no mercado de trabalho vai fazer das pessoas boas ou más profissionais. Até aqui, tudo certo, eu tive essa experiência pessoal. No entanto, apesar de sairmos da universidade sem experiência, saímos com os conhecimentos que depois no campo, vamos aplicar da melhor forma, desde que – claro - nos deem oportunidade.
Andam anos e anos sempre com o mesmo discurso da importância da formação, aumentam a escolaridade obrigatória e depois sabe-se que um governante, um dos que manda e desmanda no país, consegue um curso sem o frequentar e logo de Ciências Políticas e Relações Internacionais.
Pensando bem, agora se entende como vai a política no país…. Se os senhores que governam tiram cursos sobre a matéria em 12 meses…não será preciso mais explicações.
O que me revolta é saber que há tantas pessoas a sacrificarem-se para conseguirem, a passarem necessidade para se formarem, a trabalhar e estudar para conseguirem o que tanto querem e, depois, vêm estes senhores que viveram sempre do dinheiro do povo, aqui e ali, a viverem à custa do Estado e, como se não bastasse, conseguem um curso num ano.
 Enfim… cancros de uma sociedade debilitada que luta para dar a volta, volta essa que se torna difícil face a este tipo de notícias que nos entram pela casa dentro a cada dia!